Era década de 60 no Brasil.
Ano, 1968.
A história conta isso.
De repente, você abria o jornal, o maior jornal do país, numa página aleatória e entre três matérias sobre notícias relativamente mundanas e um poema, tinha receitas de bolo.
Ué, receita de bolo? Onde deveriam ter as principais noticias do país!
E normalmente, Duas das receitas eram exatamente iguais.
Uma delas terminava do nada, no meio das instruções. Outra pedia um quilo de sal.
Estranho, cochichava o leitor com seus botões!
Tinha alguma coisa errada.
E era exatamente isso que a redação do jornal queria o leitor percebesse.
Que estava passando por censura pesada e queria que o cidadão/leitor ficasse sabendo.
Então, notícias eram substituídas por trechos de “Os Lusíadas” e receitas de bolo.
Foi a maneira encontrada para burlar a censura imposta pela ditadura da época.
Pois,
nós não vamos trocar noticias que não agradam a um grupo por receitas de bolo, ou poemas dos Lusíadas.
Vamos preservar o espirito democrático da radio Som Maior, que dá espaço para todos os pensamentos e todas as teses, onde todos os lados tem vez e voz, permitindo assim que o cidadão/ouvinte tenha todos os pontos de vista e forme a sua opinião.
Porque é o que nos cabe, é o mais adequado.
Ouvir todos os lados, ouvir as varias opiniões e informações relativas ao mesmo fato.
E permitir assim que o cidadão esteja inteirado para tirar suas conclusões, e formar opinião.
Aqui, não tem lado, não teve, e não terá.
Aqui, não se impõe teses ou ideias.
Aqui, todos falam, e formulam suas idéias e teses.
Aqui não tem listinha de quem pode e quem não pode falar, ou de quem deve ser bem falado, ou mal falado.
É o papel que cabe a um microfone democrático.
Quem não admite todos os lados no ar, não quer a democracia, ou não está preparado para ela, ou quer a volta dos tempos da censura e das receitas de bolo no lugar das notícias.
O microfone democrático da Som Maior está e estará sempre à disposição da cidade e da região e das organizações da sociedade para lutar pelo melhor para as pessoas, e ajudar a fazer o ambiente melhor.
E já deu demonstrações disso. Inúmeras.
O microfone democrático da Som Maior não vai se calar.
Inclusive em momentos de acentuada intolerância, e uma fumaça de ódio no ar.
A Som Maior não vai se curvar. Vai resistir. Vai seguir na sua linha, no caminho, independente. Não vai tomar um lado, porque a sociedade merece que assim seja.