O governador Carlos Moisés filiou-se ao Republicanos. A rigor, não é uma novidade. Ele viajou a Brasília para isso. O deputado Sérgio Motta, presidente estadual do Republicanos, viajou na véspera. Reunião ampla com o presidente do Republicanos, que filiou também o governador de Tocantins e o vice-presidente Hamilton Mourão.
Fato consumado. Os desdobramentos agora. O PSD vai desembarcar do governo Moisés. Secretário Eron Giordani, chefe da Casa Civil, deve deixar a função até o fim do mês.
O MDB, se não ficar com Moisés, vai desembarcar do governo. Se ficar no governo, vai ficar com Moisés.
Moisés fez a opção por uma sigla "não conspícua", termo que o Esperidião Amin usou nos anos 90 ao comentar uma filiação de Vilson Kleinübing em uma sigla pequena. É uma sigla pequena, sem passado, sem histórico. Moisés não queria assumir o passivo de outros partidos, para não responder por problemas passados de partidos. Ele queria aderir a um partido que não tenha adversários de mortes. Era isso que o Moisés procurava. Mas de alguma forma é um partido com certa capilaridade, ligado à Igreja Universal.
E o governador vai apostar muito no seu governo. Moisés deu o primeiro passo, definir o partido. Ele tinha possibilidade do Podemos, assédio forte do MDB, convite do prefeito Salvaro para o PSDB, convite do senador Amin para o Progressistas. Ficou no Republicanos.
Ele conversa em Brasília com o MDB. O sonho dos emedebistas, dos que giram em torno de Moisés é ter o deputado federal Carlos Chiodini como vice nessa chapa. Não é fácil. Ele tem reeleição encaminhada, ele quer ser candidato a governador em 2026. Mas Moisés continuará conversando com o MDB. Se não conseguir, ele pode tentar o Podemos de vice ou outra alternativa.
O Moisés tratará de definir o time que estará com ele. Quem estará com ele no palanque? Moisés foi eleito em 2018 pela onda Bolsonaro, ele não era conhecido, não tinha nome estadualizado. A onda Bolsonaro catapultou Moisés. Hoje, Moisés não tem Bolsonaro nem os bolsonaristas. Ele vai para a campanha apostando no seu governo. Os bolsonaristas não gostam de Moisés, falam mal de Moisés. Os bolsonaristas estarão, a rigor, com Jorginho Mello, ou com João Rodrigues, se ele vier.
Os esquerdistas também não estarão com Moisés, que buscará esse mundo do meio, não de uma ponta, nem de outra.
Moisés acredita que seu governo fará uma onda semelhante à bolsonarista de 2018.
O MDB confirma Antídio? Tem muita gente que não quer Antídio no MDB. O PP vai fechar com o PSD para apoiar Raimundo Colombo? Mas Colombo vai se consolidar naquele ambiente do PSD e União Brasil?
A esquerda vai com Décio Lima? Ou com Dário Berger? Dário assina ficha provavelmente no próximo dia 15, estará em reunião estadual do PSB no sábado, dia 12. Nesses dias ele vai filiar, vai para o PSB. Ele será o candidato do PSB ou da esquerda? Décio vai abrir mão para Dário? São os outros nós a desatar.
A próxima definição será a de Luciano Hang. O dono da Havan anunciará nos próximos dias a filiação no PL para ser candidato a senador. Vai atender o pedido do presidente Bolsonaro. Bolsonaro quer fazer campanha em Santa Catarina abraçado com Hang, e só com Hang.
Ouça a íntegra do comentário no podcast do Ponto Final na Rádio Som Maior: