A política está movimentada em Criciúma com a CPI do Criciumaprev. Nada disso estaria acontecendo se os servidores fossem celetistas. Estaria tudo resolvido. Seria tudo pela Previdência. Existe o Criciumaprev, o seu presidente foi o que ficou em pior situação, ficou como o principal alvo de acordo com o parecer do vereador Ademir Honorato. Depois da leitura do relatório ontem, documento que foi interessante pois define várias irregularidades mas ele não tipifica, ele não diz que foi crime de responsabilidade, ou improbidade. Ele só conta que houve erros aqui, ali e provocou prejuízos ao erário. A recomendação do relator é encaminhar tudo isso ao Ministério Público, Previdência e Tribunal de Contas. O relator relatou. Ele contou o que teve de problemas nesse período.
A partir da apresentação do relatório, ontem, começaram as articulações intensas de bastidores pelo Paço para que o prefeito Clésio Salvaro seja poupado, que não escape nada disso, como alguma implicação jurídica. Pelo outro lado, o parecer do vereador Ademir seja preservado. O vereador Paiol é o fiel da balança. Hoje a CPI tem sete membros, três para cada lado e o Paiol no meio, ora apostam que está de um lado, ora de outro. No Paço a aposta é que ele vai votar com o time ligado ao governo. No outro lado, entre os vereadores de oposição, a aposta é que Paiol estará com esse time, contra Salvaro. As articulações são intensas, partidos envolvidos. Amanhã o deputado Zé Milton virá a Criciúma conversar com o vereador Paiol, e no sábado terá reunião da Executiva do PP, chamou o Paiol para falar desse assunto. Isso pode respingar na eleição do ano que vem.
Quando foi aprovada a CPI, eu dizia que CPI, via de regra, a gente sabe como começa mas não sabe como termina. Daqui a pouco é por um grão de areia mas acaba apurando uma montanha, ou vice-versa. Já tivemos CPIs com resultados importantes em Criciúma. As duas últimas, a CPI que apurou suspeitas de ilicitudes no repasse de recursos da prefeitura para a Unesc, e deu no que deu. Dois denunciados, processados e condenados, com penas já conhecidas e mantidas pelo TJ, as mesmas prolatadas aqui. Antes disso, dois mandatos atrás, tivemos a CPI da Lajota que ofereceu efeitos políticos importantes. Essa, até agora, não tão grave, e com desdobramentos não tão graves até agora. Mas ninguém sabe o que vem pela frente.
O vereador Zairo Casagrande está com o processo na mão. Vai fazer a leitura, as suas análises, ele tem até amanhã. Ou faz algum adendo ao parecer do vereador Ademir ou deixa assim. Daí ele entrega ao vereador Julio Colombo, que ficará com ele até sexta. O vereador Julio, da mesma forma. A tendência é que Julio apresente um parecer paralelo muito em sintonia com o Paço, que deverá ser colocado em votação na CPI. Daí a CPI ou vai ficar com o parecer do Ademir ou com o parecer do Julio Colombo. Isso vai para o voto na segunda-feira. Será o principal fato da política em Criciúma nesse semestre.