Ando preocupado com o grito dos empreendedores que estão quebrando, se atolando em dívidas, e nada de apoio oficial. Estou preocupado. Aquele programa de linhas de crédito facilitadas, com juros baixos, ainda não saiu do papel. Falta uma regulamentação que não é assinada pelo governo federal. Ando preocupado com o grito do exército de desempregados que não uma mão estendida sequer.
Estou preocupado com o pós-pandemia para a região se reerguer. Obras prometidas continuam só no discurso. Várias, muitas.
Continuo preocupado com o ódio disseminado no ambiente, que faz da ofensa e da agressão prática comum. Não se admite mais pensamentos diferentes. Ninguém discute nem conversa, vai para a ameaça. Isso afasta pessoas e divide, quando se precisa hoje, e a partir de agora, fazer conta de somar, para sair do buraco.
A corda está esticando demais, e a temperatura aumentando. O ambiente está tensionado demais. Isso é ruim. Tem gente boa em todos os lados, mas tem gente que só quer jogar gasolina no fogo.
Me vejo na obrigação de dizer que, a continuar assim, não vai terminar bem. Temos problemas graves a resolver, a crise é histórica, é preciso muito esforço e empenho para recuperar a economia e garantir que os empreendedores consigam se levantar. Mas esse ambiente de ódio não ajuda, só atrapalha. E não se pode calar diante da intolerância. Há que se levantar a voz pela democracia, para divergir, discordar, em ambiente civilizado, com o mínimo de respeito. Os que se agridem hoje podem ter que estar juntos daqui a pouco, como já estiveram tantas vezes. Porque ninguém é dono da verdade, a verdade vem com o tempo.
Pensem nisso, e vamos em frente!