Pisando em ovos
O partido do presidente Bolsonaro está criado, mas os deputados aliados continuam inseguros sobre o registro do partido em tempo de participar da eleição de 2020.
Por enquanto, continuam todos filiados ao PSL.
O deputado Daniel Freitas, por exemplo, na entrevista para a Som Maior, ontem, fim da tarde, falou pausadamente (nitidamente pensando cada palavra) e fez questão de repetir - “viemos prestigiar o presidente Bolsonaro na sua nova empreitada”.
Três perguntas
1- Como vai fazer se o novo partido não for registrado em tempo hábil para a eleição de 2020?
Deputado Daniel - "Estamos confiantes que os prazos possam ser cumpridos e que o novo partido seja criado, efetivamente. Caso não seja possível, continuaremos nosso trabalho de fortalecimento da base, sempre alinhados aos Presidente Jair Bolsonaro e entregando resultados aos municípios”.
2- Acredita que vai registrar em quanto tempo?
Deputado Daniel- "O prazo para a entrega das assinaturas e documentação é março de 2020. Vamos trabalhar para isso e contar com os trâmites legais”
3- Qual estratégia para levantar as assinaturas?
Deputado Daniel - "A estratégia para reunir as assinaturas e legitimá-las está sendo montada. Mas não há dúvidas de que em um breve período, o movimento terá o número suficiente para oficializar a criação do Aliança pelo Brasil".
O risco
Os deputados só podem sair do PSL, sem risco de perder o mandato, depois que o novo partido estiver registrado, e legalizado.
Se o Aliança não estiver registrado até março, os deputados ficarão no PSL, e na eleição não poderão apoiar candidatos de outros partidos, sob pena de enquadramento da lei da infidelidade partidária, e perder o mandato.
O prazo
O presidente Bolsonaro e seu exercito de aliados tem 60 dias para levantar 500 mil assinaturas no país, reconhecidas pelo cartório eleitoral.
Há duvida sobre possibilidade de assinatura digital. Os advogados de Bolsonaro sustentam que pode. O Ministério Publico deu parecer contra.
Se o presidente se empenhar, consegue.
Jessé, um pé atrás
Deputado Jessé Lopes está em Brasilia. Foi participar da convenção de criança do partido de Bolsonaro, e destacou que pagou as passagens do bolso. À noite, ele se mostrou otimista em relação ao prazo.
1- Como vai fazer se o novo partido não for registrado em tempo hábil para a eleição de 2020?
Deputado Jessé - “O partido vai ser homologado mais cedo ou mais tarde. Eu estou com o Bolsonaro, a mudança de partido é só uma questão de tempo. Com relação às eleições municipais, caso não seja homologada em tempo, não sabemos ainda ao certo o que faremos”.
2- Acredita que vai registrar em quanto tempo?
Deputado Jessé- "Eu vou procurar acreditar até os últimos minutos. Mas as expectativas não são boas internamente. Pois sabemos das dificuldades que teremos para que as coisas andem rápido o suficiente”.
3- Qual estratégia para levantar as assinaturas?
Deputado Jessé - Ainda aguarda-se orientações com relação à isso. Hoje foi formada a executiva nacional, e logo deve passar as orientações”.