A semana começou com a pauta do congestionamento no Hospital Infantil Santa Catarina, único hospital pediátrico do Sul pelo SUS.
Chegamos a ter 12 crianças que foram transferidas por falta de vagas e equipamentos para atendimento no Hospital Santa Catarina.
Acompanhamos a movimentação de técnicos e autoridades públicas desde o fim de semana.
Providências vem sendo anunciadas. Providências emergenciais para amenizar as consequências do sistema que colapsou. Mas colapsou o sistema no estado.
Os números mostram isso:
As UTIs nos hospitais que atendem pelo SUS no estado estão lotadas.
A Secretaria de Saúde do Estado confirmou ontem que 16 pacientes aguardavam por vaga em UTI no estado. Metade são crianças.
A mostrar que estamos diante de um agravamento no quadro médico de Santa Catarina. O Estado passou a ter um cenário ainda pior para atendimento de recém-nascidos e crianças.
Hospitais que são referência em regiões como a Grande Florianópolis e o Sul tiveram aumento na procura. Somente no Hospital Materno Infantil de Criciúma, havia 54 crianças internadas para 29 leitos disponíveis.
A rejeição às vacinas está na causa de tudo isso. E todo tipo de vacina. Desde vacina contra a gripe até a vacina contra o Covid
Dado de ontem/ Dado oficial:
Praticamente metade da população não tomou dose de reforço da vacina contra o Covid. Apenas 50,77% da população apta foi imunizada no Estado até ontem.
E o efeito prático da campanha irresponsável feita contra vacinas e de negação à ciência está aí. População desprotegida, não imunizada, doente, internada, superlotando hospitais.
E o pior é que adultos levam crianças na onda, porque decidem por elas. Isso é fato. Aí está uma das causas, talvez a mais importante.
Mas não é só isso. Especificamente em Criciúma há outras questões a considerar na análise sobre superlotação do Hospital Infantil Santa Catarina. A falta de médicos nas unidades de saúde também é causa. Hoje falta médicos pediatras até nas UPAs. Assim, pais levam as crianças direto para o Santa Catarina.
O hospital virou, na prática, uma grande unidade de saúde, porque teve que passar a fazer o atendimento básico, que deveria estar sendo feito na unidade de saúde, que não o faz porque não tem médico pediatra.
A falta de médicos nas unidades, tão falada, citada e reclamada, parece estar entre as causas de a situação ter chegado onde chegou com a superlotação do Hospital Infantil Santa Catarina.
E isso, especificamente isso, se resolve contratando médico. Nas condições possíveis e pelas regras de mercado. Mas ten que contratar. Como outras cidades contratam.
Ouça o editorial na íntegra: