Se o pedido de abertura do processo de impeachment do governador Carlos Moisés fosse levado a voto hoje na Assembléia Legislativa, não seria aprovado. Não teria votos suficientes para isso.
Pelo regimento, o pedido terá que ter 27 votos a favor para ser aprovado e iniciado o processo de impeachment. Mas, apesar do momento crítico pela crise dos respiradores, e a dificuldade de relacionamento com a Assembléia, o Governador mantêm 16 votos de aliados.
Entre eles, dois deputados do sul - José Milton Scheffer, PP, e Rodrigo Minotto, PDT.
A única bancada inteira que ficaria com Moisés é a do PT, que tem quatro deputados.
Apenas 16 votos a favor é muito pouco num plenário de 40 deputados. Mas, o suficiente para o caso. No momento.
A base de Moisés diminuiu muito na Assembléia neste ano. No fim de 2019, eram 24 deputados aliados.
De lá para cá, quase todo o MDB saiu fora, maioria do PSL rompeu e passou a ser adversário ferrenho, e outras perdas foram contabilizadas.
Hoje, Moisés teria a seu favor, contra o impeachment:
Deputados Vicente Caropreso, José Milton Scheffer, Altair Slva, Jair Miotto, Sergio Motta, Coronel Mocelin, Ricardo Alba, Fabiano Luz, Luciane Carminati, Neodi Saretta, Padre Pedro, Valdir Cobalchini, Moacir Sopelsa, Nazareno Martins, Paulinha e Rodrigo Minotto.
A manutenção dos 16 votos, a da "folga" de 3 votos contra o impeachment, vai depender muito dos desdobramentos da crise dos respiradores e os movimentos que o Governador venha a fazer.
Um dado que pesa a favor de Moisés é a vice, Daniela Reinert, rompida com ele desde o final de 2019, bolsonarista declarada.
Ainda pouco conhecida, e muito reservada, é dito nos bastidores que a vice não passa segurança.