O governador Carlos Moisés (PSL) deve fechar a semana com dois recuos. O primeiro foi ontem, em relação a tributação de produtos da cesta básica e defensivos agrícolas. A decisão foi tomada durante a reunião do governador com as principais entidades do agronegócio catarinense. Reunião que foi feita sem deputados, nem os da base de apoio na Assembleia, por decisão do governador.
Mas prevaleceu o bom senso. Cai o aumento, e volta tudo ao que valia até junho.
O governador Moisés repetiu que tem a intenção de estimular os produtos orgânicos e destacar o estado catarinense pela "tributação verde". E isso é positivo. Mas não pode ser feito de uma hora para outra, sem discutir com as partes envolvidas e por decisão isolada.
Agora ficou acertado com os produtores rurais que as medidas para atingir o objetivo desejado pelo governador serão implantadas de forma gradativa, a partir de janeiro.
Foram dois meses de conflitos, brigas com a Assembleia (inclusive com deputados da base) e com entidades do setor produtivo, até que o governo decidiu fazer o básico. Ouvir. E deu certo.
O segundo recuo de Moisés deve ser em relação à ordem de expulsão do PSL do deputado criciumense Jessé Lopes e sua companheira de bancada, Ana Caroline Campagnolo.
São casos distintos, mas que têm ligação, já que a expulsão dos deputados tem a ver com suas manifestações contra o aumento de impostos.
Mas o governador deve desistir do processo.
Ele tem recebido muitos apelos para isso. Principalmente porque os dois deputados ameaçados são fundadores do PSL, bolsonaristas de primeira hora, aliados de quase todo o tempo na Assembleia e não cometeram nenhum delito.
Os deputados estaduais do PSL na Assembleia estiveram ontem com o governador, registraram apoio integral a Jessé e Ana Campagnolo e pediram o arquivamento do processo. O deputado federal Daniel Freitas fará hoje o mesmo.