Eu nasci no 14 de julho, dia da “queda da Bastilha”, inicio da revolução francesa.
Minha filha mais nova nasceu no 4 de julho, aniversário da independência dos Estados Unidos.
E o filho dessa minha filha nasceu no 1 de dezembro, o nosso 11 de setembro criciumense.
Três gerações, datas históricas.
Quando veio o anuncio - "a bolsa estourou" -, a filha e o genro preparando ida para a maternidade, Criciúma começava a virar Bagdá.
De inicio, imaginei que era “foguetório”.
Mas, por que tão demorado?
Preocupado com a filha, eu mesmo respondi que deveria ser apenas o aviso que chegou “mercadoria nova”.
Mas, de repente, o som passou de foguete para metralhadora.
Opa, esse negócio está estranho!
E caiu a ficha.
Criciuma estava sitiada. Bandidos haviam tomado o centro.
Todo mundo em pânico. Deitado no chão. Rezando. E tiros por todos os lados. Armamento pesado.
A impressão é que tudo acontecia na cozinha de casa.
E neste clima, chegou o meu neto.
Ele vai ter história para contar!
O seu aniversário nunca vai passar em branco!
Quando crescer, ele poderá ser um bom contador de historias. Começando pela sua. "Eu nasci em Criciúma naquele 1 de dezembro”.
E no ano da pandemia do corona.
Quando Matteo veio para casa encontrou a Ana Frida. Que estava ansiosa, esperando. Como prima mais velha, seis anos, ela se colocou no compromisso de cuidar dele.
No primeiro dia, ajudou a trocar a fralda.
Fridicks já enchia a casa. Agora com Matteo, ainda mais.
De vez em quando me pego olhando no vazio, e imaginando os dois pra lá e pra ca, e brincando enquanto crianças, ou trocando confidências, e dicas, quando adolescentes.
E fico rezando para Santo Expedito que esse tempo até a adolescência seja looooongo.
A gente rejuvenesce com eles.
Netos são um sopro de vida, e de energia.
Bons tempos. Ótimos tempos.
Sempre ouvi que "os netos são a sobremesa da vida”.
E que brincar com os netos "é estender a vida e trazer de volta os sabores da infância”.
Também me diziam que vivemos três infâncias - "a nossa, de nossos filhos e de nossos netos”.
E que "netos são como pingos de esperança que Deus deposita na vida dos avós”.
Tudo isso faz sentido!
Na semana em que o meu amigo João Sônego completaria 90 anos, compreendo porque ele era tão apaixonado pelos netos. E o quanto a “febre" de um neto o tirava do prumo.
Neto faz o Vô cantar, assoviar, rolar no chão, e virar cavalinho. Com a maior satisfação, e prazer.
E minutos depois, estar numa reunião de executivos, de terno e gravata.
Ou fazendo uma live sobre política com jornalistas do estado.
Eles tem esse poder.
Só eles tem.