Em princípio, minha segunda dose da vacina para proteger do coronavirus seria no dia 1 de agosto.
Mas, o processo foi antecipado.
O "meu dia", então, estava mais próximo.
Fui acompanhando.
Falava com o secretário Acélio Casagrande todos os dias.
Na segunda-feira ele passou mensagem: “vais vacinar amanhã ou no máximo quarta-feira”.
Quarta era dia do meu aniversário.
"Será dos meus melhores presentes”, cochichei com meus botões. Seja na terça, mesmo sendo véspera, ou na quarta.
E fiquei ligado.
Na terça-feira pela manhã o Nesio Francisconi, amigo/irmão, passou mensagem comemorando que havia vacinado a segunda dose.
"Opa. O Nesio é da minha faixa etária. Acho que chegou a minha hora”.
Fui para o site Minha Vacina tentar agendar. E gol.
Em minutos, estava agendado para as 15h.
Comemorei como se fosse gol de pênalti em decisão de campeonato.
Ana Frida, minha neta, esperta, vendo toda a movimentação, ouvindo aqui e ali, tratou de fazer o registro daquele momento. Ao seu jeito.
Caneta e papel na mão, desenhou o Vô sendo vacinado.
A enfermeira, seringa na mão, aplicando a vacina no braço do Vô.
E a descrição do fato: “Vassina do Vô”. Com dois S. Nenhum problema para quem tem apenas 7 anos.
Genial a sua perspicácia. A sensibilidade.
Ela percebeu que aquele era um momento importante.
No dia seguinte, dia do meu aniversario, ela me surpreendeu de novo com um audio que foi colocado no ar, sem eu saber, no meio da abertura do programa na Som Maior.
Dava parabéns para o “Vozão”, e emendava: “ele não é galinha, mas dá kinder ovo”.
No embalo, grudado no audio da Fridoka, entrou um Matteo, segundo neto, aos sete meses, quase “englesando”, como diziam os antigos (mais velhos) quando uma criança tentava falar.
Netos, são maravilhosos.
Quem os tem, sabe bem disso.
Quem não os tem, não tem a menor noção do que seja.
Neto e vacina, ambiente perfeito.
Neste tempos de pandemia, eu rezava todos os dias para não ver meus netos contaminados.
Morria de medo com a possibilidade de eu pegar o vírus e contaminar os netos.
Por isso, me cuidei ao máximo. Me coloquei numa espécie de exílio.
Não sai para nada. Da casa para radio, volta para casa. E ponto.
Desde março de 2020, foram raríssimas exceções além destes dois pontos.
Depois da primeira dose, uma ida a Florianópolis, outra ao Arroio do Silva.
Com máscara, muito álcool e distanciamento.
Com a segunda dose, mais protegido estou. Mas, é preciso manter ainda os cuidados. Porque tem muita gente que não vacinou nem a primeira dose ainda.
Estou morrendo de saudade de abraçar amigos, cantar, brincar, reunir, aglomerar. Mas, cuidar ainda é preciso.
Penso estarmos na reta final, mas ainda não terminou.
Fiquei feliz demais com a segunda dose, sai da Unidade da Santa Barbara emocionado, agradecendo aos funcionários, todos eles atenciosos, queridos, eficientes, dedicados.
Mais que isso. Grato a todos os profissionais da saúde que estão envolvidos na luta contra o coronavirus.
Grato pelos médicos, técnicos e estudiosos que orientam, esclarecem, derrubam e desmentem todas as fake news que rodam por ai.
Grato pelo SUS.
Quando cheguei na Unidade a primeira pessoa que me atendeu perguntou de qual laboratório eu tinha tomado na primeira dose, para saber qual aplicaria segunda dose.
“Eu nem sei", disse para ele.
Na hora, na emoção, deu um branco. Nem lembrei.
Ele acabou identificando pelo meu cartão de vacina.
Mas, para mim, aquilo era o menos importava.
Porque todas as vacinas são aprovadas, eficientes, testadas.
O mundo todo está usando.
Vacina não é sanduíche, e Unidade de Vacinação não é restaurante para oferecer cardápio
Vacina é vacina. Que salva. E que vai nos devolver ao mundo normal.
E viva a vida!!