Clesio Salvaro, Daniel Freitas, Jorge Boeira, Geovania de Sá.
São os nomes de Criciúma para "jogar" a eleição majoritária de 2022.
São os nomes especulados, as apostas de momento.
Salvaro é o “pole position”.
Prefeito de Criciúma no terceiro mandato, campeão de votos, liderança reconhecida por aliados e adversários em todo o sul.
Além disso, é o principal ativo eleitoral do seu partido, o PSDB, em Santa Catarina.
É forte candidato a Governador ou a Vice.
Mas, ele resiste em assumir uma candidatura. Pelo menos para consumo externo.
Ou, pelo menos por enquanto.
Daniel Freitas se apresentou para ser candidato ao Senado pelo “time de Bolsonaro”.
É deputado federal “vice-campeão de votos” da eleição de 2018, quando fez quase 150 mil votos (só ficou atrás do deputado Helio Costa). Foi votado em todo o estado.
Pode também ser candidato a Vice-governador.
Jorge Boeira e Geovania de Sá são citados apenas nos bastidores.
Boeira foi três vezes deputado federal, é empresário, e quase foi candidato a vice-governador em 2018.
Geovânia é deputada federal de segundo mandato, foi votada em todos os municípios do estado em 2018, dobrou sua votação de uma eleição para a outra, é presidente estadual do PSDB, evangélica, liderança respeitada da igreja Assembléia de Deus.
Os dois são citados como alternativas para vice.
É o que temos para o momento.
Criciúma precisa aproveitar o processo eleitoral de 2022 para voltar ao núcleo de poder do estado.
Criciúma teve governador pela primeira vez na década de 50. Heriberto Hülse.
Ele foi eleito vice, mas virou governador porque Jorge Lacerda faleceu em acidente aéreo.
Assumiu em junho de 1958, ficou no cargo até janeiro de 1961.
Heriberto é pai de Rui Hülse, que foi prefeito de Criciúma e deputado estadual.
Na época que o pai assumiu o governo, Rui era deputado e foi presidente da Assembléia Legislativa.
Mas, Heriberto assumiu por uma circunstância. Literalmente por acidente.
Em foi lá em 1958.
Criciúma só voltou a ter governador em abril de 2006.
Eduardo Moreira era vice e assumiu porque o governador Luiz Henrique da Silveira renunciou para disputar reeleição. Ficou até dezembro.
Em abril de 2018, Eduardo assumiu de novo como governador por nove meses.
Era vice de Raimundo Colombo, que renunciou para disputar a reeleição.
Na década de 90, teve José Augusto Hülse como vice-governador.
Zé, sobrinho de Heriberto, primo de Rui Hülse.
Mas, ele ficou vice até o fim do mandato.
Paulo Afonso Vieira, o governador, mesmo tendo disputado a reeleição, não renunciou.
E foi só.
Na eleição passada, 2018, Criciuma só elegeu deputados.
Deputados podem trabalhar, se empenhar, se desdobrar, mas são deputados. Poder limitado.
Terão a influência que for permitida no núcleo de decisões do governo.
Deputados podem até participar do núcleo de decisões, mas até enquanto quem manda permitir.
E quem manda é o chefe do executivo. O governador.
As vezes também o vice tem poder, mas depende da relação com o comandante.
Criciúma precisa aproveitar a eleição de 2022 para se colocar de novo no núcleo de poder.
Investimentos fora do “previsível” só virão se tiver olhar diferenciado do comando do governo para a cidade.
Entenda-se fora do previsível o que vai além da pavimentação de estrada, construção de ponte, e coisas do gênero.
Direcionar uma montadora de veículos ou alguma outras grande industria para o sul para Criciúma ou região, por exemplo, só se tiver governador ou um vice com influência.
Um caso concreto, da hora:
Alguém tem duvida que se a Usina Jorge Lacerda estivesse em Joinville, e Luiz Henrique fosse o governador, o assunto já estaria resolvido ?