A Via Rápida (rodovia Aristides Bolan) foi a maior obra do Governo do Estado para Criciúma. Os benefícios são imensos. Nada pode diminuir a sua importância.
Mas, até hoje não está concluída, pendências continuam sem solução, e os riscos são evidentes (e graves).
Ontem, mais um acidente, de relativa gravidade, e a Policia Militar Rodoviária, mesmo instalada muito próximo, não pode atender. Está impedida de ir até a rodovia porque ela não está 100% concluída, de acordo com o projeto, e por isso não consta do plano rodoviário estadual.
Também por isso que não cortam o mato. Porque a rodovia está sem pai, nem mãe.
Um burocrata empolaria o peito, dois dedos ao queijo, e da sua mesa sentenciaria - “não poderiam era ter liberado a rodovia antes de totalmente concluída”.
Ah sim. Então, teriam todos que continuar até hoje enlatados na rodovia Paulino Burigo?
E por tempo indeterminado, porque até hoje não concluíram a obra, porque não negociaram algumas desapropriações, e não perspectiva para isso. Outras foram negociadas, e não foram pagas.
Liberar a rodovia foi a melhor solução. Prevaleceu o bom senso. Milhares de pessoas são beneficiadas.
Pode ser sido liberada precariamente, mas está liberada. É fato. Ignorar, beira a sandice.
O que precisa é ter um tratamento excepcional para a rodovia, para permitir que ela seja fiscalizada, preservada, mato cortado, mesmo sem estar 100% concluída, nem incluída no plano rodoviário estadual.
Se não tem jeito de a fazer com a legislação vigente, não tenho nenhuma dúvida que os deputados estaduais aprovariam uma lei específica, em caráter emergencial.
Isso é tratar com o mundo real.
O segundo
O segundo problema em relação a Via Rápida é que tem comunidades que estão isoladas. Para ter acesso tem, tem que fazer uma “gambiarra”, circulando um pedaço na contra-mão. Além disso, tem que implantar iluminação, fazer o portal de entrada (na saída da BR-101), consertar aquele trevo de acesso (que é candidato a mais confuso do mundo), e instalar placas (enormes) na BR-101 para orientar motoristas que não são “da casa” que o novo acesso à Criciúma é por ali.
O terceiro
O outro problema, é que a Via Rápida foi lançada com a ideia de se formar no entorno uma grande área industrial. A mais privilegiada do grande do sul, pela localização estratégica.
Foi recomendado, inclusive, que cada município (Içara e Criciúma) deveria incluir no seu plano diretor que aquela área às margens da rodovia era exclusivamente industrial.
Mas, a Via Rápida foi construída sem possibilidade de acesso às propriedades. Como implantar indústria por ali, sem entrada/saída?