Tivemos uma segunda-feira quente, de fatos inéditos na região, abrindo dezembro a mil por hora, com a pauta de política recheada como nunca, fazendo o dia ser o mais movimentado do ano.
Assim que o sol nasceu, um prefeito era afastado por decisão do Tribunal de Justiça, por denúncia de corrupção, fraude e peculato. Caso inédito.
O prefeito é Valdir Fontanella, PP, prefeito de primeiro mandato, que é um grande empresário, dono da maior transportadora da região (e talvez do estado).
O presidente da Câmara de vereadores, Luciano Leodato, PSB, recebeu em casa, quando tomava café, o oficio do Tribunal de Justiça comunicando a decisão de afastamento do prefeito.
De imediato, o vice, Pedro Barpi, PSB, foi empossado.
O prefeito Fontanella reuniu advogados e passou a tratar de um recurso, que pode ser protocolado durante o dia de hoje.
O celular do prefeito foi apreendido e o Gaecco fez busca e apreensão nos escritórios da sua empresa e na prefeitura.
Lauro Muller ficou atônita.
À noite, a sessão na câmara de vereadores foi marcada por discursos sobre o caso. Todos os vereadores falaram.
Os da situação, em linhas gerais, lembrando que o Gaecco também investigou governos do MDB e que gestores do MDB foram condenados por corrupção.
Os da oposição, destacando que o Gaecco "bateu" na prefeitura também no atual mandato e que nunca na historia de Lauro Muller um prefeito havia sido afastado pela justiça por investigação de irregularidades e corrupção.
É evidente e inevitável o desdobramento politico do caso, e o desgaste ao prefeito e aliados. Mesmo que, ao final do processo, o prefeito não seja condenado. Mas, o estrago já está feito. A "primeira pena" já foi aplicada.
Prefeito afastado pelo Tribunal de Justiça, por investigação de corrupção, numa cidade pequena, ninguém mais esquece!
Ex-prefeito denunciado
À tarde, em Florianópolis, o ex-prefeito de Criciuma, e ex-presidente do Deinfra, engenheiro Paulo Meller, foi um dos denunciados por desvios de recursos nas obras na ponte Hercílio Luz.
Meller foi denunciado pelo relator da CPI da ponte Hercílio Luz, deputado Bruno Souza, por prevaricação (ao retardar rescisão de contrato, provocando danos ao erário) e advocacia administrativa (ao atuar, como presidente do Deinfra, na defesa de interesses de uma empresa para assinatura de aditivo).
Outras 19 foram denunciados, inclusive ex-governador Raimundo Colombo.
Carne da Afasc
Já foi escrito, mas vale repetir (principalmente depois de ontem) - “CPI todo mundo sabe como começa, mas ninguém imagina como vai terminar”.
A CPI da Afasc pode ter mudado de rumo depois do depoimento de ontem do presidente da Afasc, Afriano Boaroli.
Ele disse, em síntese, que não havia contrato para compra de carne, era tudo verbal, e quem definia onde comprar era a mesma funcionaria que distribuia, e que foi flagrada fazendo desvio de carne.