Assim que assumiu como vereador, Zairo Casagrande fez proposta para reduzir o repasse do Executivo e corte nas despesas da Câmara de Criciúma. Mas, foi patrulhado internamente, estigmatizado, ficou falando praticamente sozinho e teve até ameaça velada de cassação de mandato.
A proposta de Zairo era de redução gradual do repasse, na base de 0,5% ao ano, até chegar nos 3,5%.
Isolado, ele fez o que estava dentro dos seus limites. Cortou despesas no seu gabinete. Devolveu laptop, celular e nomeou apenas um assessor. Tinha direito a dois.
Os outros vereadores não quiseram saber disso.
Hoje, se considerar os cargos nomeados pela mesa diretora, os outros vereador tem, na média, três assessores cada um.
Com o vereador Miri Dagostim foi um pouco diferente.
Quando ele estava em vias de ser eleito presidente da Câmara, anunciou que um dos seus compromissos era reduzir o repasse da receita do município. Chegou a falar em 3,5%.
Depois que assumiu, não tocou mais no assunto.
Nesta semana, disse que “foi convencido” internamente que poderia ser “perigoso" para a Câmara.
O Observatório Social já tratou do assunto, sinalizando fortemente para a necessidade de corte de despesas e redução do repasse. Várias entidades representativas também.
Nada tem sido suficiente, no entanto, para convencer os vereadores.
Por lei, a Câmara não pode fazer obras, nem custear projetos sociais ou filantrópicos. A sua função é fiscalizar o Executivo, e só. A sua necessidade de receita é apenas para cobrir os custos para funcionamento e operação. Deve receber então apenas o necessário para isso. Os dados mostram que precisa bem menos que os 5%.