Ganha as ruas, e livrarias, o bom livro da juíza de direito Debora Rieger Zanini.
“Regime Fechado” tem prefácio do juiz aposentado Rubens Salfer.
O livro é muito bem escrito, de leitura fácil, rápida e agradável.
A juíza conta casos que anotou ao longo dos seus 20 anos de magistratura, especialmente nos tempos de comando da vara de execuções penais em Criciúma.
Um dos casos, “os companheiros não perdoam”.
Ela conta que um preso, tetraplégico, precisava ser ajudado pelos colegas de cela para as atividades mais comuns do cotidiano - não conseguia comer, ir ao banheiro sozinho, fazer sua higiene pessoal, tomar banho, trocar de roupa. Os colegas de cela faziam tudo para ele. Inclusive colocar no vaso sanitário, e limpar suas partes íntimas. Isso durou cinco meses.
Até que a justiça deferiu o pedido de prisão domiciliar, para que ele fosse cuidado pelos familiares.
E a juíza segue o relato, na pagina 38:
“Pouco tempo depois, ocorreu um roubo na praça do Congresso. A polícia foi acionada e o assaltante, ao ser flagrado, saiu correndo em fuga. Foi preso em seguida, levado ao presídio. E qual não foi a surpresa do agente prisional ao vislumbrar que o criminoso preso era o tal homem tetraplégico de meses antes”.
E ela arrumada:
“Foi a enganação do ano! Talvez do século!”.