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Salvem o São José

Editorial desta quarta-feira (17)

Por Adelor Lessa 17/08/2022 - 07:49 Atualizado em 17/08/2022 - 11:16

Em Santa Catarina, as Apaes viviam lutando para se manter em pé.

As contas não fechavam, operavam no vermelho direto. 

Até que criaram uma lei que destina parte da receita do estado para custeio das Apaes.

Foi resolvida para sempre a situação das Apaes.

É lei, não depende da vontade de ninguém, da sobra de caixa, ou da boa vontade de alguém.

Em Içara, foi feito algo semelhante para o Hospital São Donato.

Foi aprovada lei que garante parte da receita com IPTU.

De forma automática, mensal.

O Hospital São José de Criciúma precisa de uma ação do tipo.

Uma lei municipal, como foi feito em Içara, garantindo repasse automático de parte da receita com IPTU, ou de outra receita.

E pode ter a mesma lei em todos os municípios da região, já que todos usam o Hospital São  José.

E pode ter uma lei estadual que permita repasse também automático.

Ou pelo menos um acordo documentado com Estado e Município, ou municípios, que dê garantia de aporte do necessário para cobrir o desequilíbrio financeiro entre o que é pago pelo SUS e o custo do serviço prestado.

A mostrar que há alternativas, possibilidades existem.

Na mesa redonda de ontem, aqui na Som Maior, isso ficou evidente, mas é preciso encaminhar. 

E para ontem. 

O Hospital São José está operando com furo de caixa de pelo menos R$ 3 milhões por mês porque o SUS paga abaixo do preço de custo.

Criciúma tem hoje dois hospitais que operam no azul.

Que tem saldo positivo na operação. Hospital São João e Hospital da Unimed.

Mas, nenhum dos dois trabalha para o SUS. 

O Hospital São João já trabalhou para o SUS, e na época dava prejuízo.

O SUS é um sistema que funciona muito bem, garante atendimento a todos, é exemplo no mundo, mas paga mal.

A sua tabela está desatualizada, não paga adequadamente pelos serviços prestados.

Tanto para médicos, quanto para os hospitais.

Tem que atualizar a tabela, mas isso demora. Depende de decisão em Brasília.

Mas, enquanto isso, o Hospital São José tem que funcionar, e tem que pagar as contas, e o prejuízo vai aumentando todo dia.

É preciso ação emergencial, para ontem, para estancar a hemorragia. 

Afinal de contas, se o Governo do Estado e as prefeituras não dividirem agora o necessário para cobrir esse furo de caixa, vão ter que desembolsar muitas vezes mais ali na frente se o São José não resistir e também pular fora do SUS. 

Como fez lá atrás o Hospital São João, e como estão fazendo agora vários hospitais pelo Brasil afora. 

Ouça o editorial completo:

 

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