Hospital São José vai fechar balanço 2022 com déficit mensal de mais de R$ 4 milhões.
O Governo do Estado deve quase R$ 10 milhões, faz dois anos, e não paga.
O Governo passado prometeu pagar e não pagou.
No meio do ano passado, o Governo do Estado assinou contrato para pagar R$ 1,5 milhão ao mês, por quatro meses, para abater custos no período da pandemia e pelo desequilíbrio de caixa, e só pagou uma.
O Hospital São José faz o papel de hospital público que não existe na cidade e na região.
É o hospital que atende todos os pacientes do SUS, que representam mais de 90% de sua demanda.
Hospital é de uma congregação religiosa, que não visa lucro.
Mas, quem não pode, não consegue ficar amargando prejuízos mensais.
Dinheiro não cai do céu. Um dia, a corda arrebenta.
O hospital não vai fechar, porque é um patrimônio enorme, porque é um dos maiores do estado.
Mas, para fugir de prejuízos mensais, e cada vez mais salgados, pode ser negociado para iniciativa privada.
Ou pode simplesmente cortar ou restringir atendimento pelo SUS.
É uma possibilidade, e um risco para a cidade e região.
Porque se algo assim acontecer, como ficarão os pacientes do SUS?
Os gestores públicos serão chamados e cobrados a resolver.
A prefeitura de Criciúma repassa hoje R$ 50 mil por mês para o Hospital São José.
Só a folha salarial do hospital passa de R$ 7 milhões no mês.
A prefeitura de Içara repassa mais de R$ 300 mil ao mês.
Hospital bem menor, cidade com receita bem menor.
Ontem, o governador Jorginho Mello foi a Joinville e anunciou que o Governo vai passar a pagar 20% das despesas do hospital da cidade que atende os pacientes do SUS, e que também tem nome de São José.
O percentual representa algo em torno de R$ 4 milhões todos os meses.
Hoje, a prefeitura de Joinville paga em torno de R$ 19 milhões ao mês para o hospital.
É preciso agir em Criciúma em relação ao hospital São José antes de a corda arrebentar.
A fase empurrar com a barriga, venceu.
Não dá mais.
Se continuar como está, a corda vai arrebentar.
O hospital não é privado, é o único hospital da cidade que atende os pacientes do Sus, e atende a pacientes de toda a região.
Faz o papel que o público deveria estar fazendo.
Os gestores públicos têm obrigação de participar para garantir pleno funcionamento do hospital.
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