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Sobra da receita da Câmara para o São José

Editorial desta segunda-feira (13)

Por Adelor Lessa 13/03/2023 - 07:53 Atualizado em 13/03/2023 - 08:32

É de lei, está previsto em dispositivo constitucional, a Câmara de Vereadores de Criciúma recebe 5% da receita do Município.

Todo mês, a prefeitura tem que repassar 5% da sua receita.

Não é opção do prefeito. É lei. E não pode atrasar.

A Câmara não pode usar recurso para fazer obra. Lei não permite. Só pode usar o dinheiro para pagar custos de manutenção e salários dos vereadores e funcionários.

Mas, o repasse é muito maior do que a Câmara precisa e usa.

Sempre sobra, e muito dinheiro.

Como a arrecadação do Município cresce mais do que os custos da Câmara, a cada ano sobra mais.

Final do ano, ou do semestre, ou a cada mês, a Câmara devolve para a prefeitura os valores das sobras.

A periodicidade depende do entendimento entre Câmara e Prefeitura.

Em 2022, a Câmara de Criciúma devolveu R$ 12 milhões para a Prefeitura. Cheque entregue em dezembro.

Trata-se de recurso extra, que não está previsto no Orçamento da Prefeitura.

Então, por que não destinar esse dinheiro, que é extra, para o Hospital São José?

O Hospital São José é o maior do Sul, é o único que atende os pacientes do Sus, faz o papel de hospital público que a região não tem e está operando no vermelho. O balanço de 2022 está fechando com déficit mês em torno de R$ 4 milhões.

A corda está esticada.

Em Içara, a prefeitura repassa R$ 340 mil mês para o Hospital São Donato para garantir sua operação.

Em Criciúma, cidade maior, hospital muito maior, a prefeitura repassa R$ 50 mil mês ao Hospital São José.

Içara repassa quase sete vezes mais para o seu hospital.

O eventual repasse da sobra da Câmara, a ser feito pela Prefeitura, não resolveria tudo, mas seria um apoio importante.

A Câmara não pode repassar direto para o hospital. Tem que devolver à Prefeitura ou deixar no seu caixa.

Mas pode convencionar com a prefeitura, e com o prefeito.

Isso pode ficar sacramentado em lei, ou em acordo, ou convênio. Enfim, isso pode ficar documentado. 

Por que não?

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