Petrobras vai pagar aos acionistas R$ 88 bilhões nos próximos dois meses, como distribuição de lucro. O Governo Federal, como acionista principal, vai receber R$ 32 bilhões, valor que deve ser somado a outros R$ 32 bilhões já repassados à União em 2022.
A receita da estatal foi favorecida por reajustes nos preços da gasolina e do diesel. Ou seja, pelo bolso do cidadão.
No primeiro semestre, a Petrobras teve um lucro de R$ 100 bilhões.
Hoje o preço da gasolina está baixando, por medidas tomadas que são temporárias, tem tempo de validade. Mas o diesel continua alto.
E o preço do diesel contamina o mercado, e faz aumentar preços dos produtos, da comida.
Considerando as circunstâncias de crise, e de aperto financeiro, o Governo Federal poderia, ou deveria, usar estes R$ 32 bilhões que vai receber do lucro da Petrobras para baratear ainda mais o preço da gasolina, e principalmente do diesel.
A Petrobras opera como empresa privada, tem como prioridade o melhor lucro possível, para preservar os interesses dos acionistas privados.
Então falam na privatização da Petrobras...
Por que não privatizar?
É uma tese, polêmica, em debate no país faz tempo.
O problema é privatizar o monopólio.
Porque a Petrobras hoje tem o monopólio da sua atividade.
Se for privatizada, o controle acionário vai passar para grandes grupos internacionais, de compromisso zero com as circunstâncias financeiras e econômicas do país e das pessoas.
Hoje, sendo estatal, com o governo brasileiro de acionista majoritário, com o controle da empresa, tem efeito o grito das ruas. E a prova disso está aí.
O governo brasileiro pode até usar a sua fatia do lucro para baixar o preço na bomba.
E só o governo pode fazer isso, porque a Petrobras não tem concorrência, não tem outra opção, não tem para onde correr, é única empresa do segmento, tem monopólio.
Outras tantas estatais foram privatizadas, mas mercado aberto. Sem monopólio.
Privatizar a Petrobras com o monopólio de atividade tão importante, delicada, para tocar o país, e que mexe com a vida das pessoas, é operação de alto risco