Ganhou ampla repercussão, no fim de semana, o discurso da professora Janete Triches em solenidade de formatura de acadêmicos do curso de Direito da Unesc. Janete é jornalista, já foi suplente de vereadora em Criciúma pelo PT e tem reconhecida militância de esquerda, não é de hoje. Convidada que foi pelos formandos, fez uma fala na qual contesta pontos do governo Jair Bolsonaro, partindo da análise dos investimentos em educação. Causou alvoroço, como tudo o que se refere ao Governo Federal. Houve quem acusasse a Universidade, rotulasse a instituição com viés político, ignorando que a professora falou por si, exerceu seu democrático direito à expressão, como fazem os de pensamento contrário ao dela, em um ambiente onde isso não é proibido. Pelo contrário. A lembrar que a colação de grau é a última aula de qualquer curso, e como tal serve de cenário para qualquer pensamento. Imaginar que um homenageado possa, em uma circunstância dessa, doutrinar estudantes graduados, é de uma infantilidade ímpar, ou então má fé mesmo. Trata-se de gente formada, que ali estava vivendo um momento especial, e que não vê em qualquer luta ideológica uma prioridade da ocasião. A instituição, com maturidade e bom senso, emitiu nota esclarecendo que a escolha de homenageados é de responsabilidade dos formandos, e que a Universidade, plural como deve ser, abarca toda e qualquer vertente de pensamento. Foi mais um teste ao pluralismo, no qual a Unesc foi aprovada com louvor.
Unesc e Moisés
Deputado Jessé Lopes (PSL) ajudou a incendiar o debate sobre o discurso da professora Janete na formatura da Unesc. Ele afirmou que Janete “não pode passar impune”. Em outra postagem, Jessé não perdeu a chance de tirar uma lasca do governador Carlos Moisés. Chamou-o de “melancia” (verde por fora e vermelho por dentro) ao criticar a nomeação da deputada Paulinha (PDT) para líder do governo na Alesc. Jessé disse que, assim, Moisés vai mostrando o verdadeiro perfil ideológico do seu governo.
Pediu, levou
O administrador do Parque dos Imigrantes, Neto Uggioni, reuniu-se com o deputado federal Daniel Freitas (PSL) e apresentou um arrojado projeto: a construção de uma passarela ligando a Avenida dos Imigrantes, a principal do Rio Maina, ao parque. A bonita estrutura deverá receber aval do deputado por intermédio de uma emenda. Neto é filiado ao PSB e pré-candidato pelo partido a uma cadeira na Câmara.
Mais um
O ex-vereador Douglas Mattos é o pré-candidato do PCdoB à prefeitura em Criciúma. Os comunistas apostam na nominata que montaram à Câmara, com fé que elegerão um vereador, o que não conseguiram no pleito passado por muito pouco. Douglas já tem experiência majoritária. Foi candidato a vice-prefeito na chapa de Ronaldo Benedet (MDB) na eleição suplementar de 2013.
Prefeituráveis
Se Douglas Mattos confirmar, a esquerda já tem Chico Baltazar (PT) na corrida ao Paço, e é possível que PSol e PSTU também se apresentem ao jogo. O PDT pode ter Rodrigo Minotto, e já estão na disputa Clésio Salvaro (PSDB), Julio Kaminski (DEM), Julia Zanatta (PL) e ainda faltam as definições de MDB e PP, e o PSL deve confirmar o advogado Jeferson Monteiro como seu candidato. Ou seja, Criciúma corre o risco de ter até dez candidatos dividindo espaço na campanha.
Aposta
Ainda dos comunistas, a cirurgiã-dentista Giovana Mondardo é uma das apostas na disputa de cadeira no Legislativo. Vem com um discurso jovem, representa o meio acadêmico e vai encarar o duro desafio de trazer o discurso de esquerda, esvaziado em tempos de bolsonarismo, ainda mais em uma terra onde Bolsonaro segue muito forte. Giovana se intitula defensora da saúde pública e do SUS. O PCdoB é daqueles muitos partidos que lutam pela sobrevivência em tempos de fim de coligação proporcional.
Perigo
Ainda à espera das obras prometidas, a Rodovia Jorge Lacerda foi palco de mais um grave acidente na noite de sábado, quando cinco ficaram feridos após a colisão frontal de dois veículos. Trata-se de uma verdadeira aventura trafegar à noite pelos dez quilômetros que ligam a BR-101 à rótula de acesso a Forquilhinha. O Estado patrocina um lento e burocrático processo de licitação que, superado, conferirá à rodovia um investimento superior a R$ 20 milhões e que lhe dará um outro aspecto, totalmente à altura da importância inclusive econômica que ali está representada.