Na quinta-feira, encontrei Walmor de Luca no restaurante Famiglia Angelotti, no Nações Shopping. Ele estava com o vice-prefeito Sandro Giassi Serafim palpitando sobre a eleição de 2020 em Içara, sugerindo estratégias, discutindo nomes e avaliando possibilidades. Era o que gostava de fazer. Falar de politica, e de eleição. Assim foi a sua vida, desde garoto.
Walmor de Luca foi um dos principais parlamantares catarinense no Congresso Nacional nas décadas de 70 e 80, quando era necessário fazer o enfrentamento ao governo militar, com denúncias, questionamentos e revelações. Corajoso, ousado, de postura firme, era muito respeitado em Brasilia.
Foi por isso que conseguiu realizar em Criciúma, final da década de 70, no auditório do Colegio São Bento, um evento nacional sobre sindicalismo. Trouxe os princpais nomes da esquerda brasileira e do movimento sindical da época. Destaque para o lider dos metalurgicos do ABC paulista, Luiz Inacio Lula da Silva.
Naquele evento, Walmor começou a tratar com Lula da sua migração para a politica dos partidos. Lula resistia. Entendia que os trabalhadores fariam as transformações no país pelo movimento sindical.
Walmor não convenceu Lula no encontro de Criciúma. Mas, meses depois, Lula chamou Walmor em São Paulo para dizer que estava convencido que ele tinha razão, e que iria para fazer política pela via dos partidos. Mas, criaria um partido novo, "o partido dos trabalhadores".
Walmor era um exímio articulador.
Poderia ter sido senador da república, mas perdeu a oportunidade por ter sido leal aos seus aliados internos.
O Fórum Parlamentar Catarinense, na reunião de agora pela manhã em Florianópolis, fez um minuto de silêncio em sua homenagem.
A Câmara de Vereadores de Içara vai abrir suas portas para o velório de Walmor de Luca, em horário a ser confirmado, mas a partir do final da tarde.