Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin disse, em entrevista a Roberto D’Avila, na Globo News, que sua família tem recebido ameaças e que está preocupado com isso, a ponto de ter pedido providências à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e à Polícia Federal.
Veja a matéria da GloboNews sobre as ameaças ao Ministro Fachin
O ministro não especificou de quem ou de onde vêm as ameaças, nem as relacionou a nenhum fato concreto.
Em Brasília, deputados federais cobraram investigação. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a Polícia Federal tem equipes à disposição do STF para investigar as ameaças "inaceitáveis" a Fachin.
Em nota, Cármen Lúcia afirmou que já autorizou o aumento do número de seguranças para escolta permanente do ministro, o que foi confirmado por Fachin na entrevista.
Além da Lava Jato, Fachin também é relator do pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começou a ser analisado pelo plenário na última quinta-feira (22).
Na ocasião, Fachin foi contrário à análise do habeas corpus pelo Supremo.
Um Ministro do Supremo relatar que está sofrendo ameaças, por si só, já é aciona um sinal de alerta. Mas, no caso de Fachin, o alerta soa mais alto.
Vale lembrar que, há pouco mais de um ano, o então relator da Lava Jato, Teori Zavascki, foi um dos cinco mortos de um acidente de avião em Paraty, litoral do Rio de Janeiro.
O acidente aconteceu prestes ao ministro homologar as 77 delações da Odebrecht --até ali, o maior acordo de colaboração da operação. Esse contexto levantou dúvidas sobre uma suposta sabotagem na aeronave.
A suspeita foi levantada pelo filho do Ministro, o advogado tributarista Francisco Zavascki, que segue esperando pelo resultado das investigações, que não têm prazo para serem encerradas.