CUIDADO COM FAKE NEWS!
Essa é uma das frases mais repetidas em 2018 quando o assunto é eleição. E, ao que tudo indica, segue importante reforçar.
Um exemplo apareceu hoje na minha timeline, em um vídeo apontando uma possível fraude na pesquisa do Datafolha desta semana, divulgada no G1. A denúncia é de que a pesquisa não é real por não estar registrada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Veja o vídeo e depois eu disserto sobre o furo dessa história.
Antes dos problemas, quero deixar algumas coisas claras. Não interessa nesse caso a minha opinião sobre o resultado da pesquisa nem sobre o fato de haver ou não espaço para comentários. Vou apenas aos erros do “denunciante” na pesquisa.
Pra facilitar, o local onde ele fez a pesquisa, que é onde estão todas as pesquisas registradas no Brasil, é o PesqEle (clique para acessar), que abre uma série de opções para a pesquisa, como local, instituto de pesquisa, abrangência e, importante nesse caso, a janela de tempo. Ou seja, "quero ver as pesquisas registradas em Santa Catarina, pelo Datafolha entre 1 de agosto e 30 de agosto de 2018".
Pra facilitar, escolhi apenas Datafolha e pesquisei. Olha primeira que aparece.
Se clica na lupa azul, no canto direito, aparecem as seguintes informações.
Atente para a data de registro da pesquisa: 16 de agosto de 2018. Ou seja, o vídeo relata nada mais que um erro do cidadão ao buscar informações sobre a pesquisa. Aí, sabendo da situação em que se encontra o país, duas possibilidades:
1 - Incompetência por falta de informação: O "denunciante" não sabe como funciona sistema de registro de pesquisas eleitorais e, por conta disso, pesquisou pelo período de captação das informações. Em consequência, a pesquisa não apareceu porque não foi registrada nesse período, mas alguns dias antes.
2 - Má-fé e distorção da realidade: O "denunciante" conhece o sistema, conta com a falta de informação e falta de apuração da grande maioria do eleitores e busca pela data errada o registro para provar uma mentira, um fato produzido, uma distorção da realidade. Fake news maliciosa com objetivo de desqualificar os números apresentados e influenciar eleitores.
De novo... Não tenho objetivo de defender os números, nem o instituto, nem o veículo... Só abro os olhos para a onda de fake news que pode alterar os rumos das eleições, deixando-as menos democráticas.
Não vá com a onda cegamente... Apure, confira, se informe.