Bom dia, Adelor
Depois de 12 quedas seguidas, o dólar fechou a quarta-feira em alta, mas ainda abaixo dos R$ 5,80, a R$ 5,79. Aqui no Brasil o movimento foi comandado por investidores realizando os lucros mais recentes, enquanto no exterior o dia foi de nova queda da moeda norte-americana.
A alta de 0,37% de ontem encerrou a maior sequencia negativa do dólar frente ao real nos últimos 20 anos. No ano, o dólar registra queda acumulada de 6,34%.
Entre os motivos para o movimento estão os resultados da produção industrial brasileira divulgados ontem, que apontaram em dezembro uma queda menos intensa do que previa o mercado, de 0,3% contra a expectativa de 1,2%, além do crescimento de 3,1% no acumulado de 2024, também acima da expectativa do mercado.
Falando da nossa Bolsa, o Ibovespa fechou a quarta-feira em alta de 0,31%, aos 125.534 pontos, impulsionada pelos grandes bancos, com destaque especial para o Santander, que viu suas ações subiu 6,2% depois de divulgar o balanço trimestral pouco antes da abertura dos trabalhos. Outros bancos do índice, o Itaú subiu 1,52% e Bradesco subiu 1,46% e 2,33%, ações ON e PN respectivamente.
As maiores altas do dia foram da Embraer (+15,51%), Santander (6,20%) e Auren Energia (+2,96%), enquanto as quedas foram lideradas por Azul (-8,87%), Raízen (-7,65%) e Vamos (-5,82%).
Nessa semana cheia de apresentação, com os investidores aguardando a divulgação amanhã dos dados de folha de pagamento dos EUA, o chamado payroll, a quinta-feira é um dia de respiro, com a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA na manhã de hoje.
E, depois de bons dias de poucas falas vindo de Brasília, o ministro da Fazenda Fernando Haddad voltou a falar ontem sobre novos impostos. A bola da vez é um imposto mínimo para quem tem renda entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Segundo Haddad, o objetivo é "equilibrar o jogo" entre ricos e pobres.
O problema dessa estratégia é que, sempre que fala de equilibrar esse jogo, o Governo anuncia aumento de imposto na renda mais alta, enquanto o grande problema maior está na carga tributária soterrando a outra ponta, da renda mais baixa.
Inclusive é sempre bom reforçar que imposto não é só de renda. O de consumo, que é cobrado das empresas e é o maior montante da carga brasileira, é parte do preço de tudo o que consumimos e, por consequência, pago pelo consumidor final, seja ele o pobre que recebe salário mínimo, o rico que recebe acima de R$ 50 mil ou quem está no meio desse espectro, a chamada classe média, que não tem as isenções de um lado nem as sobras do outro e é a principal vítima tributária do Brasil.
Por outro lado, nesse mesmo tema, começamos a ver a Fazenda falando em revisão da tabela do imposto de renda, que não sofre reajuste nem da inflação desde 2015.
Pense comigo... Quanto representava um salário de R$ 4.600,00 em 2015 e quanto representa o mesmo valor em 2025?
É ou não é um imposto escondido, uma arapuca que vai capturando cada vez mais trabalhadores a cada reajuste salarial anual?