Era 31 de março de 1964. Um general de Minas Gerais determinou aos seus comandados que deixassem os quartéis e que descessem de encontro ao Rio de Janeiro, o que fez com que a notícia tomasse conta do país e que militares do norte ao sul do Brasil fizessem fila nas praças das cidades.
O governo central estava sem forças para enfrentar as tropas e, já em 1º de abril, o presidente deixava Brasília e ia ao Rio Grande do Sul, onde seu cunhado era o governante maior. “Na capital federal, o presidente do Congresso Nacional apressadamente comunicava que o presidente deixara o país sem autorização legislativa, mesmo que estivesse no RS, e com tal gesto, era destituído das funções presidenciais”, relembrou o historiador Archimedes Naspolini Filho.
O presidente da Câmara ocupava então, interinamente, o cargo de chefe maior do Poder Executivo brasileiro. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, cujo comandante do exército se postara a favor do presidente apeado e de seu cunhado governador, esperava-se um levante que pudesse restabelecer os preceitos constitucionais.
Em uma semana, o poder militar se espalhava por todo o Brasil, e os que mantinham algum poder e não aderiram ao movimento, eram afastados sumariamente de seus cargos. Indiretamente, o Congresso Nacional elegeu o novo presidente: Marechal Castello Branco. Tinha início ali, um período de 20 anos em que formos governados por egressos das forças armadas.
“O resto da história é de conhecimento de todos. Hoje, faz 56 anos do 31 de março de 1964. E eu estava presente e, aqui em Criciúma, acompanhei tudo muito de perto, embora com apenas 21 anos de idade”, concluiu Archimedes.