Se fosse possível buscar uma palavra para definir a economia de Nova Veneza, a palavra seria diversidade. A renda gerada no município é integrada por empresas do mais diversos ramos. Da metalurgia a indústria de laticínios, passando pela área têxtil e turística.
A maior empresa em arrecadação tem 23 anos de história. A atual Seara, começou em 1997 como Agrovêneto. Em 2013 foi adquirida pelo grupo JBS e desde 2017 adota a nova nomenclatura. A pandemia adiou os planos da indústria, que pretendia estender a produção para três turnos. Hoje realizada em dois turnos, a Seara abate diariamente 130 mil frangos, totalizando 270 toneladas. Segundo o diretor da unidade, Dinassir Girardi, a grande parte dos produtos são destinados ao mercado externo. "24% da produção, a linha de peito, vai para a Europa. A parte da perna, coxa, vai para o Japão e as asas para a China, além de um percentual para o mercado interno", detalhou.
A indústria atua com 1,4 mil funcionários. Mais de 400 moradores de Nova Veneza. Muitos colaboradores também são do norte e nordeste do país, atraidos pelas oportunidades de emprego. "Em meio a essa crise, contratamos 104 pessoas nos últimos 15 dias", sublinhou.
Toda a parte de criação dos animais é realizada por terceiros. A ração é produzida na unidade da empresa em Morro Grande, cerca de 18 mil toneladas mensais. "O pintinho vem de um incubatório de Içara. São 3,4 milhões por mês que distribuimos para os 266 parceiros integrados divididos na região. O raio médio de distância é de 47 km daqui", contou. "Fornecemos o pintinho, a ração e depois de 42 dias, atendendo o peso de 2,950 kg, ele retorna para abater", contou.
Relativamente próximo a unidade frigorífica, fica a nova sede do Laticínios Veneza, inaugurada em 2017. A fabricação alcança 100 mil litros de leite diários. A marca atende boa parte de Santa Catarina, até o meio-oeste. "Compramos o leite de parceiros produtores da região. São quase 400 parceiros", lembrou o diretor Moacir Albônico.
A energia que atende grande parte das indústrias é entregue pela Coopera. A cooperativa atua em todo o município, exceto na parte central. "Nova Veneza representa 40% do nosso atendimento. O interior é muito forte, o Caravagio", comentou o presidente Walmir Rampinelli. O município também está na lista dos maiores produtores de arroz de Santa Catarina.
Na área central, a previsão é que a nova unidade da Rede Bistek seja inaugurada ainda em 2020. O planejamento previa a inauguração no início do segundo semestre, mas a pandemia acabou adiando a data. "Tudo começou aqui. O Bistek começou com um armazém de secos e molhados, tinha um bar junto", relembrou o diretor Walter Ghislandi. "Eu tinha 11 anos quando comecei no balcão. Era um espaço de 100 metros quadrados", contou.
Turismo gastronômico
Nova Veneza detem o título de Capital Nacional da Gastronomia Típica Italiana desde 2015. O município é forte no ramo, dispõe de diversos restaurantes, na área central e até no interior. O Grupo Ghellere completa neste mês 40 anos de atuação na cidade. "Trabalhamos em quatro casas com quatro públicos diferentes", comentou Daniele Ghellere. "O Ghellere é família, com almoço caseiro. A Casa do Chico com o galeto, a Gheppo com o gelato e o Capo & Gin trazendo modernidade", contou.
A cooperatismo da Coofanove também é parcela importante na história do município. São mais de 60 produtos envolvidos. Desde salame colonial, queijo, massas caseiras e até vinhos. Tudo de produtores locais. A revenda para estabelecimentos da região é facilitada com a associação. "A cooperativa é a empresa deles. Vendem para os mercados com o nome da cooperativa, nota da Coofanove", comentou o diretor Altair Valdati.
O ramo turístico cresceu expondencialmente em Nova Veneza desde a chegada da gôndola, na década passada. A cidade virou referência no Brasil pelo Carnevalle di Venezia, cancelado este ano por conta da pandemia.