Waguinho Dias é um técnico de mentalidade ofensiva. Foi dessa forma que organizou com sucesso as equipes por onde passou, inclusive no Brusque campeão da Série D. Em dois jogos no comando do Tigre, no entanto, a equipe ainda não marcou gols; foram dois empates por 0 x 0. Na última partida, contra a Ponte Preta, foram 20 finalizações e 57% de posse de bola.
O treinador do Tigre foi um dos convidados do Debate Aberto da Rádio Som Maior, nesta quinta-feira. Waguinho respondeu às perguntas da bancada, falou sobre a preferência de jogo e algumas alterações que podem ser concretizadas em relação ao time de Kleina e Wilsão.
Força nas laterais
Contra a Ponte Preta, as chances de gol foram criadas no abafa e na bola parada. É a avaliação do treinador e da crônica esportiva. Waguinho pontuou uma situação que tenta implementar no Criciúma: o jogo com os laterais.
“A maneira que eu jogo é pelas extremas, principalmente com os laterais. No Tubarão, os jogadores foram vendidos de tanta assistência que deram. O mesmo aconteceu no Marcílio e no Brusque. Quando se tem jogadas pelas extremas, o meia consegue jogar. Ele com opções, consegue usar a técnica, dar o lançamento”, afirmou o treinador.
Na partida, Maicon começou pelo lado direito, mas foi substituído no segundo tempo. Waguinho indica uma provável alteração no setor. “Eu to conhecendo agora o Maicon. Não podemos ficar contando a todo instante com uma substituição que tem que ser feita em toda a partida. Vamos conversar e ver a situação dele. Temos que ter atletas 100% para conseguir as vitórias”.
As opções para a direita são Carlos Eduardo e Marcos Vinícius. Em recuperação, o segundo nome parece o preferido do treinador. “Se ele forma estiver, vai ser titular. Ele é um garoto muito novo, que precisa ter uma confiança total. Tem que saber como cobrá-lo para ele render. Se você só colocar pra jogar, ele não vai render taticamente. Ele não tem a nossa cabeça de um adulto, temos que ajudar nessa maturação”, falou sobre Marcos Vinícius, jogador que Waguinho subiu aos profissionais no Tubarão.
Três atacantes
Waguinho quer uma equipe compacta, que trabalhe com a linha defensiva alta. Com a bola, ataques pelos lados do campo. Sem ela, um time que ataque o adversário e tente retomar a posse no campo ofensivo.
“A gente trabalha em várias opções. Posso fazer um 4-3-3 com três volantes e manter a ofensividade com os atacantes abertos, por exemplo. O que eu preciso é que os laterais venham jogar e que a nossa defesa acompanhe e tenha as linhas próximas. O que mais vou treinar é um time compacto”, explicou.
No meio-campo, muitos elogios ao volante Liel, que substituiu Eduardo, lesionado. O Tigre conta com muitas opções para a função: Foguinho e Wesley também aparecem bem cotados com o treinador. “Joguei contra o Eduardo duas vezes. Minha análise é que ele tem características de meia, mas agora ele não tem feito isso. Agora é ter cobrança no treino, de chegar mais à frente, chutar, conduzir mais a bola. Com os treinamentos ele pode evoluir. O Foguinho eu gosto como volante. Como segundo volante ele vai muito bem. Como o nome já diz, ele coloca fogo no jogo. Quando voltar, vai ter a oportunidade dele”, avaliou.