Será a sexta passagem de Edson Gaúcho pelo Criciúma, anunciado nesta quarta-feira, 4, como novo diretor executivo de futebol. Depois de quatro vezes como treinador, ele assume pela segunda vez essa nova condição. Na sua estreia por aqui, o Tigre foi campeão brasileiro da Série B em 2002. Ele voltou em 2005, em 2008 e, por último, na temporada de 2011, não reproduzindo o sucesso da primeira oportunidade.
Em 2017 foi, por quatro meses, o executivo, e discorda de quem pensa que não deu certo na função no clube. "Na minha opinião eu não tive uma péssima passagem. Chegamos aqui com um ponto e ficamos a quatro pontos da classificação. Tivemos problemas e realmente a equipe não conseguiu a classificação", referiu, nesta quinta, 5, em sua entrevista de reapresentação. Assista a entrevista no vídeo abaixo:
Edson garante que volta com a mesma missão da vez passada. "É a mesma, fui contratado como diretor executivo a pedido do presidente. A minha responsabilidade é ajudar o Itamar, o máximo que eu puder, colaborar com ele. Tive uma boa aceitação quando cheguei aqui com ele, na apresentação", destacou. "O importante é ajuda-lo e ajudar o clube", emendou, não escondendo sua afinidade com Jaime Dal Farra.
Em 2017 teve polêmica
A passagem anterior de Edson Gaúcho na direção executiva de futebol do Criciúma foi na Série B. Naquele campeonato, o Tigre arrancou demitindo técnico. Perdeu as três primeiras para Santa Cruz, Oeste e América (MG), o que culminou na queda de Deivid. Luiz Carlos Winck veio e estreou em um empate com o Luverdense, 0 a 0. Em seguida, perdeu para o Juventude, 1 a 0.
Daí veio Edson Gaúcho, assumindo como diretor executivo na sexta rodada. A arrancada foi muito boa, com nove jogos de invencibilidade, cinco vitórias e quatro empates. A primeira derrota com a dupla Winck e Edson veio no dia 18 de julho, 2 a 0 para o Boa Esporte em Minas Gerais. na décima quinta rodada. Winck acabou demitido mais dois meses depois, em 18 de setembro, embora a campanha positiva do Criciúma.
Áudio vazado no 4oito e Som Maior
Em seguida da saída de Winck, assumiu o técnico Beto Campos. Edson Gaúcho continuou executivo de futebol até que nova crise veio à tona pouco mais de um mês depois. Na manhã de 26 de outubro o comentarista João Nassif postou em seu blog um áudio bombástico, no qual Edson Gaúcho criticou fortemente os jogadores do Criciúma, que àquela altura vinha em queda livre na Série B. Um dos temas abordados era a ausência dele em determinadas viagens do clube no Campeonato Brasileiro.
"Eu não viajo porque eu não quero mais. Eu ia para o Uruguai, Paraguai, Colômbia e Argentina ver jogadores, e nem quero ver a cara dos jogadores. Já dei no meio deles, e falei para o presidente, se quiser mandar embora, manda embora. Eu tenho a minha vida, não vou ficar preocupado com jogadores de futebol. Primeiro que nem gosto desses... Acha que vou querer viajar com esses montes de m..., que não jogam nada, são uns malas do caramba. Cinco da manhã bebendo até a polícia chegar, e se acham malandro. Comigo não tem esquema, é pau. Se for profissional, trabalha, se não quiser vai se f... É assim que eu trabalho", disse. Depois, Edson confirmou a veracidade do conteúdo, e que havia enviado a um amigo.
Esse áudio detonou a crise que culminou na sua saída do Criciúma no dia seguinte. O Tigre seguiu entre altos e baixos e, quando da saída de Edson Gaúcho, acumulava quatro derrotas consecutivas. Relembre o áudio da polêmica abaixo:
Criciúma tem chances
Sobre o agora, a sua volta para o Criciúma e as perspectivas para a sequência da Série C, Edson Gaúcho demonstra otimismo. "O Criciúma tem todas as chances de classificar, como os outros clubes. O importante é não pensar em muitos jogos, é pensar nesse jogo de sábado primeiro", destacou.
Ele reforçou que tem boa relação com o presidente Dal Farra. "O presidente sempre conversa comigo, às vezes eu ligo pra ele, ele me liga, falamos de vários assuntos, não só do Criciúma. Quando ele me ligou pra tomar um café na empresa dele, pra minha surpresa ele fez um convite, e como eu sou muito grato, em 2017 eu queria ser diretor executivo e ele me deu essa oportunidade, então como gratidão eu tenho que ajudar ele e o Criciúma, o clube da cidade onde eu moro, clube que respeito e represento", contou.
Indagado sobre seu futuro no Criciúma, para quando Dal Farra deixar o clube, Edson salientou que fica "até o dia em que o presidente estiver dentro do Criciúma". E garantiu que esse é um desafio, mas não o mais complicado da sua trajetória profissional. "Eu já tive desafios piores do que esse, em 2002 é um exemplo, não classificou nem entre os quatro e fomos campeões. Minha chegada é para ajudar o presidente, principalmente o Itamar, dar esse suporte a ele, conversar com os atletas, agora quando perdeu esse jogo da maneira como perdeu, o abatimento é geral. Viemos para dar moral a eles e buscar essa vitória que será fundamental", afirmou.
Ajudar o Itamar
Edson garante que teve boa recepção pelo técnico Itamar Schulle no Criciúma. "A gente sempre conversou, não temos amizade de frequentar, sempre trabalhando longe, mas a recepção que tive foi muito boa, tivemos uma conversa muito boa de 20 minutos, eu vim para ajudar e não atrapalhar", observou.
O volante Foguinho, em entrevista nesta quarta-feira, fez uma projeção preocupante, que para classificar à segunda fase da Série C o Criciúma precisará de quatro vitórias em cinco jogos. "Temos todo o potencial. Tem várias coisas que podem acontecer. Os clubes que vamos jogar temos que ganhar e os outros vão perder pontos. Às vezes nem quatro jogos classifica, nem três jogos e dois empates deixa de classificar. Importante agora é focar numa coisa só, no Volta Redonda", destacou o executivo.
Não há previsão de novas contratações. O prazo para inscrições se encerra no próximo dia 11. "O elenco é esse aí. Se a gente trouxer alguma peça, será pontual. É esse elenco que vai lutar pela classificação", comentou.
O foco agora é na união do grupo, e no resgate da autoestima, abalada depois da derrota por 1 a 0 para o Tombense em casa no domingo. "A gente procurar ao máximo possível formar uma união com os atletas, conversar bastante. O jogador tem que acreditar nele e no técnico dele, o Itamar. Quando o atleta confia no técnico, as coisas fluem, mas quando você tem dúvida, as coisas não fluem. O grupo está super unido com o Itamar e ele tem essa capacidade de reverter a situação do Criciúma", frisou.
À torcida, Edson pediu um voto de confiança. "Confie na nossa equipe, confie até o último minuto. As dificuldades, o Criciúma sempre ressurgiu do nada e conseguiu. Não vai ser diferente agora. Eu quero que você acredite agora, mande essa energia positiva pois energia negativa já temos demais, dos nossos adversários", finalizou.
Ouça a entrevista no podcast: