Em janeiro deste ano, o criciumense Acélio Casagrande assumiu a Secretaria de Estado da Saúde. Foi chamado antes mesmo de Eduardo Moreira (MDB) assumir o governo em fevereiro. Tinha missões importantes como a dívida da pasta e crises locais entre elas a volta do funcionamento do Hospital Regional de Araranguá (HRA) que passava por troca de gestão de forma conturbada. O foco do novo secretário se concentrava na regionalização da saúde.
“Hoje existe um projeto de governo, que é a regionalização da saúde. Todos os vazios, as necessidades de cada região foram detectadas. Fizemos um levantamento lá no início do ano, quem é que está vindo para Florianópolis e que serviços podem ser implantados nessas regiões”, avalia Casagrande, 11 meses depois. “Essa é a política de Estado que tem que ser seguida”, acrescenta.
Em Araranguá, por exemplo, que precisava fortalecer o HRA, foi detectada a necessidade de vários serviços. “Criamos a UTI Neonatal, são cinco leitos que estão sempre lotados. São mais de 150 partos por mês e a UTI era uma necessidade, antes era uma correria para as mães. Reforçamos também a ortopedia, a cirurgia geral”, exemplifica o secretário.
A dívida da Secretaria da Saúde no início do ano era de R$ 1,8 bilhão. “Hoje está em menos de R$ 500 milhões – mais da metade fica ajustado dentro daquele passivo. Tem negociação dentro dos R$ 500 milhões de R$ 80 milhões parcelado a partir do ano que vem”, cita Casagrande. “Ainda tem em torno de R$ 300 milhões entre fornecedores e isso em dois anos dá de deixar zerado se continuar com política de diminuir despesa e crescer receita”, avalia o secretário.
De acordo com Casagrande, a dívida foi diminuída com a reavaliação de contratos, maior número de pregoeiros para as licitações e com a interferência de Moreira em Brasília aumentando em R$ 10 milhões o repasse do Governo Federal para Santa Catarina.
Abertura da Policlínica
Ainda em relação a Araranguá, Casagrande comemora a abertura da Policlínica, no início deste mês. A estrutura vem complementar o HRA e terá um papel fundamental na regionalização da saúde do Sul do estado. “Vai iniciar com um papel fundamental para a macrorregião, que é toda a parte de oftalmo. Hoje, as pessoas ficam na fila esperando por um tratamento de retina e de glaucoma porque só o Regional de Florianópolis faz para todo o estado. Então, Araranguá vai se tornar referência de Imbituba a Passo de Torres, são 1 milhão de habitantes que terão a referência em Araranguá”, cita o secretário.
UTIs, necessidade estadual
Falando em todo estado, uma das deficiências detectadas em várias regiões foi a falta de leito de Unidades de Terapia Intensiva, tanto adulto como neonatal. “Outra necessidade são os leitos de UTI. Neonatal estadual nós gastávamos muito recurso com compra de leitos em hospital particular. Então, nós criamos, além desses cinco em Araranguá, no Santa Catarina (Criciúma), somam-se aos 10 leitos que já estavam atendendo, sete intermediários e mais 10 de intensiva. Serão 27. Ele se torna uma referência para o estado todo e não somente para o Sul”, ratifica o secretário.