A superlotação do Procon em Criciúma

Fazia tempo que o Procon de Criciúma não recebia tantas demandas sobre um mesmo tema. “Entre sexta e segunda-feira (ontem) foram formalizadas mais de 150 reclamações contra a Celesc e recebemos mais de 300 ligações”, confirma o coordenador Gustavo Colle. São todos contando casos de excessos na cobrança de energia elétrica.

A tendência é de acréscimo. “Estamos preparados para atender ainda mais pessoas”, avisa. Todas as reclamações estão sendo reunidas e serão entregues na próxima quinta-feira ao promotor Diógenes Viana Alves. “Vamos levar subsídio ao Ministério Público que, conforme avaliar o promotor, pode instaurar uma Ação Civil Pública ou encaminhar as denúncias daqui para englobar em processo movido em nível estadual”, observa Colle.

Já tem sido possível, nos últimos dias, colher conclusões das entrevistas com os reclamantes. “A grande maioria dos casos é de acréscimos de 100%”, comenta. Mas há reajustes maiores. “Teve caso de consumidor que pagava R$ 300 e recebeu conta de R$ 900”, revela o coordenador.

Chama a atenção, também, que as reclamações envolvem todas as classes sociais. “Dos que tem maior aos de menor poder aquisitivo. Os de padrão mais elevado contam que estavam viajando e nada a mais consumiram, e a conta duplicou. E os com menos recursos que não tem ar condicionado nem piscina”, avalia.

Para formalizar denúncias no Procon é necessário levar documento de identidade e as duas últimas faturas de energia, com cópia. “O atendimento por pessoa não leva mais que um minuto para formalizar o processo”, reforça Colle. O Procon Criciúma está localizado na Rua Henrique Lage, 267, no Centro.

Ação em nível estadual

O Procon estadual reuniu-se ontem com o Ministério Público em Florianópolis para determinar próximas ações sobre a grande quantidade de reclamações contra os reajustes nas contas de energia. Foi definido que as partes voltarão a se reunir no dia 7 de fevereiro.

“Até lá, recomendamos a todas as 98 unidades do Procon em Santa Catarina que vão até os consumidores reclamantes e lavrem um auto de constatação comprovando, no local, a irregularidade apontada, com dados”, confirma o coordenador estadual, Arthur Figueiredo.