A União Faz a Vida: o aluno protagonista do saber

“Primeiro começou com as cartas de papel. Os entregadores iam de carro de boi. Aí inventaram carros melhores, estradas melhores, foi evoluindo e então surgiu o telefone”, conta a aluna do quarto ano do Bairro da Juventude, na escola Padre Paulo Petruzzellis, Larissa Carvalho do Nascimento. Ela detalhou a história das comunicações e dos transportes viários na apresentação do programa “A União Faz a Vida”, na tarde dessa sexta-feira. 

Sendo uma das 180 crianças a participarem do projeto, Larissa estudou, de maneira autônoma, a evolução dos meios de comunicação, dos veículos e também qual a relação disso tudo para eventos atuais ao seu redor, como a greve dos caminhoneiros, entre maio e junho deste ano. “Foram muitas tecnologias novas que facilitaram a comunicação, como os computadores e celulares. Nós vimos como tudo está conectado com o que acontece aqui perto”, comenta. 

Resultado de pesquisas

Os alunos escolhem um tema inicial entre os propostos pela grade curricular de ensino. “Então, cada um sugere um ponto de partida, uma curiosidade que quer desvendar, algo novo que quer aprender”, coloca a professora de Larissa e do resto da turma 402, Sabrina Matos da Silva. 

Assim, os alunos aprendem a interagir durante o desenvolvimento de um projeto, além de captarem valores como a autonomia de busca do conhecimento. “Tivemos projetos com o tema base agricultura que foram para o lado do açúcar e suas questões, pois era o que um dos alunos queria saber”, expõe a educadora. 

Para auxiliar as pesquisas dos alunos e a prática das professoras, duas assessoras pedagógicas da Unesc integram o projeto. “Nos reunimos quinzenalmente com os educadores, estudando suas necessidades e aconselhando a como prosseguir dentro do currículo”, explica a professora da Unesc, Mirian da Conceição Martins. 

A metodologia dos professores, bem como dificuldades e avanços dos alunos e do projeto em si foram analisados. “É muito interessante, trabalha o protagonismo dos alunos, eles como o centro da pesquisa, percebendo e crescendo com o que estudam e relacionam com seu cotidiano”, detalha a especialista. 

Missão do projeto

Todos os pontos abordados pelo projeto são propostos pelo Sicredi, idealizador do “A União Faz a Vida”. É a segunda edição do programa no Bairro da Juventude, mas ele já existe desde 1995, em outras partes do Estado. “Estamos trazendo para Criciúma com o intuito de inserir toda a escola no futuro”, explica Paul Gerhard Enns, diretor de operações do órgão. 

Atualmente, seis turmas fazem parte das pesquisas. Em 2019, serão 12, dobrando o número de crianças participantes. “Serão aproximadamente 360, e esperamos incluir todos os estudantes do Bairro em breve”, comenta  o diretor. 

Com a busca dos valores de autonomia e interação, um novo conceito é semeado nos alunos: o cooperativismo. “Assim, as crianças podem ter base sólida para uma nova sociedade futura, uma que seja benéfica para si mesma”, coloca Enns.