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A volta do transporte coletivo pode ser via ANVISA

Advogado das empresas de Criciúma vai protocolar recurso nesta terça, confiante em obtenção de liminar para volta do serviço

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 13/04/2020 - 19:13 Atualizado em 13/04/2020 - 19:21
Arquivo / 4oito
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As empresas de transporte coletivo de Criciúma vão mesmo buscar na Justiça o direito de voltar a operar, mesmo em meio à pandemia de coronavírus e contrapondo os decretos de isolamento social do governador Carlos Moisés. Um deles não permite a operação de ônibus em Santa Catarina até o fim do mês.

O advogado Robinson Conti Kraemer, que presta assistência jurídica à Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), confirmou em entrevista à Rádio Som Maior que ingressará nesta terça-feira, 14, com ação para tentar sustar efeitos do decreto e conseguir, o mais breve possível, a volta dos ônibus às ruas. "Essa ação está pronta, no fim de semana ficamos no aguardo do desfecho da situação de Joinville, eles conseguiram uma liminar mas a liminar acabou cassada. Vamos protocolar nesta terça com pedido de liminar e, em caso de sucesso, os ônibus já poderão rodar na quarta-feira", projeta.

Confira também - Empresas de Criciúma entram com ação na Justiça para liberar ônibus

O caminho buscado para embasar a ação é diferente daquele adotado pelas empresas de Joinville. "Tivemos uma decisão do ministro Dias Toffoli, no fim de semana, que nos deu uma luz. Ele diz que estados e municípios podem regulamentar atividades em seus territórios desde que restrições de locomoção intermunicipal e interestadual esteja prevista pela ANVISA. No caso nosso aqui, especificamente, a lei não passa autorização aos governadores para decidir sobre transporte municipal, a ANVISA também não passou autorização aos governadores para tratar de transporte municipal, apenas de intermunicipal e interestadual", referiu.

Kraemer confirmou que, até o momento, nenhum município se utilizou desse argumento para tentar retomar o transporte coletivo. "Não, por enquanto ainda não. É uma decisão nova do ministro, do fim de semana, não houve qualquer decisão nesse sentido. O STF deve se reunir nessa semana para dar padronizações a esses decretos estaduais e municipais. Não pode ficar assim, cada um faz como quer, como bem entende. E o ministro disse que tem que atender a ANVISA, se ela não restringe, não pode restringir", contou. 

A prefeitura de Criciúma emitiu decreto no fim de semana criando um regramento para quando o transporte voltar, com uma série de normas a serem seguidas pelas empresas e passageiros. A ACTU calcula que, desde o início da suspensão das atividades, mais de 1 milhão de pessoas deixaram de ser transportadas por ônibus na cidade.

Confira a entrevista do advogado da ACTU no podcast:

Tags: coronavírus

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