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Abandono de animais cresce durante a pandemia em Criciúma

Crise financeira é um dos principais motivos apontados

Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 23/06/2021 - 16:33
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Ter um companheiro de quatro patas é a vontade de muita gente. No início da pandemia, com o isolamento social e a solidão, a busca por cães e gatos aumentou ainda mais, porém, aquela que era uma boa notícia teve uma reviravolta. 

A crise financeira, a falta de paciência, as pressões do dia a dia, fizeram com que muitas pessoas voltassem atrás naquela vontade de ter um animal em casa e o número de abandonos aumentou. Aqueles bichinhos que antes ganharam um lar, comida, segurança e todos os demais tratamentos, voltaram para as ruas.

O fato é recorrente em todo o país, e não é diferente em Criciúma. “O abandono de animais é um caso recorrente em Criciúma e com a pandemia e, consequentemente a crise econômica, se percebeu um aumento nos casos de animais abandonados no município”, comenta a  médica veterinária do Núcleo de Bem Estar Animal, Bibiana Burger.

O fato é percebido também pela presidente e uma das fundadoras da ONG SOS Vira Lata, Georgia Feltrin Rosa. “As pessoas encontram-se numa fase muito difícil financeiramente por causa da pandemia. Diante disso, alguns acham que a solução é se desfazer do seu animal.

Para se ter um animal a pessoa precisa ter condições mínimas para isso, compromisso com gastos para ração, medicações, vacinas, castração, entre outros. E os preços de tudo isso aumentou muito.  Para quem possui mais de um pet em casa, sabe muito bem o que isso significa. Mas mesmo com esses desafios, quem ama não abandona. Hoje há acesso a preços sociais, parcelamentos de despesas, adaptações em casas e horários, tudo para manter nossos queridos companheiros conosco. Vale a pena”, enfatiza.

Além do aumento no abandono, a quantidade de adoções caiu durante a pandemia. “Percebemos um número bem menor de adoções realizadas nesse período. As ajudas feitas à Ong também reduziram bastante devido a dificuldade enfrentada por toda a sociedade”, revela.

Georgia diz que diariamente chegam à ONG, em média, 20 pedidos de ajuda para resgate de animais pelos mais variados motivos. Não é diferente de todo país. O número de animais em situação de rua em Criciúma é significativo. Enquanto as pessoas não mudarem culturas e práticas desumanas e covardes, o número de animais de rua só crescerá. É comum as pessoas terem animais não castrados em casa. Isso resulta em ninhadas de filhotes em média de seis em seis meses, que muitas vezes são vendidas/doadas para qualquer um ou até mesmo descartados nas ruas, lixeiras e terrenos na cidade. Não há lares para todos que nascem ou estão na rua. O controle populacional através de castrações deveria ser exigido pelo poder público a todos que possuem animais. Não adianta castrar apenas aqueles nas ruas ou de donos com baixa renda enquanto a maioria continua deixando de procriar em lugares privados que ONGs, ações sociais e iniciativas públicas muitas vezes não chegam. Para amenizar o grande número de abandono, o acesso e fiscalização tem que chegar para todos”, salienta.

Adoção responsável

Na tentativa de frear este número elevado de abandonos, os órgãos tentam conscientizar a população para a adoção responsável. “É importante ressaltar a adoção responsável de animais de rua daqueles que já foram vítimas de maus tratos, porém este adotante deve também estar ciente do compromisso de ter um animal de estimação, que precisará de cuidados essenciais como acompanhamento veterinário e alimentação de qualidade”, diz Bibiana.

O que fazer ao encontrar um animal abandonado

Bibiana salienta que, ao encontrar um animal abandonado, a pessoa pode divulgar a situação em redes sociais para tentar descobrir algum histórico do animal e também procurar adotantes. “Podemos verificar ainda se esse animal é microchipado. Com o microchip conseguimos verificar os dados do proprietário. Todos os animais que são hoje castrados pela Prefeitura de Criciúma recebem o microchip”, explica.

Georgia destaca que a ONG incentiva a adoção. “Infelizmente não há como resgatar e acolher todos os animais que se encontram indefesos e largados à própria sorte. Incentivamos que pessoas busquem adotar animais adultos das suas próprias ruas ou bairros. Caso não seja possível, ofereça alimento e água, proteção contra as mudanças do tempo e ações mal intencionadas de pessoas. Se o animal estiver ferido ou doente, leve a um atendimento veterinário. As despesas podem ser arrecadadas através de vaquinhas, campanhas nas redes sociais. O importante é socorrer. É possível hoje apadrinhar tratamento de animais, castração e vacinas da sua própria comunidade. Isso protege todos de doenças, filhotes indesejados e disputas por território”, cita.

Castração gratuita

O Núcleo de Bem Estar Animal de Criciúma promove a castração gratuita de cães e gatos, além de oferecer atendimento veterinário de baixa complexidade. Para isso, a pessoa interessada deve residir no município e apresentar Carteira de Identidade, CPF, comprovante de residência, comprovante de renda que não ultrapasse os três salários mínimos ou declaração do CRAS.  As dúvidas podem ser tiradas pelo 3445-8729.

SOS Vira Lata prestar auxílio  há mais de 10 anos

A ONG SOS Vira Lata existe desde 2009 e, desde então, já promoveu em torno de cinco mil adoções, segundo Georgia. “Consequentemente temos um número bem maior para aqueles que ajudamos de alguma forma, seja em resgate, tratamentos, abrigos provisórios. Participamos de muitas ações de conscientização na cidade e regiões próximas. Contribuímos muito para que houvesse melhorias aos animais, esclarecendo, incentivamos e devolvendo o aumento da compaixão da população sobre eles”, fala.

Quem quiser ser um voluntário pode entrar em contato pelo perfil no Instagram: @sosviralata ou pelo e-mail: [email protected]. “Participar da SOS Vira-Lata é um trabalho 100% voluntário, que não há qualquer tipo de remuneração e não temos qualquer sede ou estrutura física, por isso nosso maior trabalho é orientar virtualmente quem nos procura pelas redes sociais. Nos dedicamos a desenvolver e auxiliar nas atividades existentes nos horários livres que temos, pois nosso grupo é pequeno e todos trabalham em horário comercial, cada um na sua profissão. Desse modo, tudo que conseguimos fazer é por amor e nos sentimos bem por cada caso que contribuímos de alguma forma. Nosso desejo é que o ser humano evolua e se torne mais sensível com os seres indefesos. Um mundo melhor é quando ele é justo e respeita todas as formas de vida, preservando-as”, finaliza.


 

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