Deflagrada na segunda-feira da semana passada, 24, a greve dos mineiros continua. Houve um avanço nas conversações entre as partes nesta terça-feira, 3, com o envio de uma nova pedida pelos trabalhadores, com a respectiva contraproposta do segmento patronal. "Está feita a nova proposta das empresas, o comando de greve está discutindo", confirma o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão de Santa Catarina (Siecesc), Márcio Cabral.
"Essa nossa contraproposta precisa ser estudada por eles, acreditamos que tanto um lado como o outro houve possibilidade de se aproximar de índices próximos da realidade do momento da mineração em todo o país, então acredito que temos uma chance, nós conseguimos aparar mais algumas arestas e, com isso, subentende-se que se pode caminhar um pouco mais na Convenção Coletiva dos mineiros", detalha o diretor. A pedida de 7%, que era a anterior dos mineiros, foi diminuída. "Sim, eles diminuíram, está na mesa, está colocado para discussão e acho que o mais importante é que houve uma aproximação, aconteceram movimentos na mesma direção e que trouxeram para a mesa de negociação novas formas de visualizar a nossa convenção", observa.
Os mineiros estão com o comando de greve em reuniões constantes nas últimas horas, envolvendo os sindicatos da categoria em Criciúma, Siderópolis e Lauro Müller, que concentram os 2,8 mil trabalhadores da região. As duas unidades da Carbonífera Catarinense em Lauro Müller estão paralisadas nesta quarta-feira, 4, dentro do cronograma previamente definido para o movimento. "A empresa tem 680 trabalhadores, deve ter uns 5% na ativa para a manutenção da mina por hora, para quando voltar estar em boas condições de segurança", informa o presidente da Federação dos Mineiros de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, Genoir dos Santos, o Foquinha. "Eu acho que falta pouco. Estamos próximos, eu diria que agora depende de poucos passos para que possamos chegar a uma definição e trazer a condição de normalidade à atividade de mineração de carvão em nossa região", conclui Márcio Cabral.
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