Felipe Formentin, de 22 anos, é acadêmico de Gestão Financeira, mesa-tenista da Fundação Municipal de Esporte (FME) de Criciúma e sempre foi um apaixonado por esportes. Ao longo da sua vida já praticou skate, natação, entre outras modalidades. Só que uma notícia nada agradável o fez colocar toda a sua dedicação às atividades esportivas voltadas para o tênis de mesa.
Quando ainda tinha 14 anos, Formentim foi diagnosticado com um câncer no fêmur. Para se livrar da perigosa doença, teve que amputar toda a perna esquerda e, desde então, batalha para voltar a caminhar sem o uso de muletas. “Eu ganhei a prótese da perna do Sistema Único de Saúde. Como não tenho o coto (pedaço do membro utilizado para encaixar a prótese), a prótese acabava mais me atrapalhando do que me ajudando”, diz.
Passou então a fazer de duas muletas suas parceiras. São elas quem o levam de um lado para o outro sem precisar de auxílios. “Faço tudo normalmente e sozinho”, complementa. Mas os apoios agora precisam ser deixados de lado. “Eu estava treinando tênis de mesa e tive uma queda. Como forço muito os punhos, acabei tendo uma lesão na cartilagem triangular do punho esquerdo”, explica.
O tratamento da fratura com fisioterapia e medicamentos não surtiu efeitos. “Preciso ficar com meus pulsos o mais repousado possível, a melhor maneira para curar a lesão é uma cirurgia. O esforço que era para eu fazer apenas nos treinos, faço todos os dias com a muleta isso tem me prejudicado não só na questão do esporte, mas nas minhas atividades do dia a dia também”, comenta.
Um alto custo
Para se livrar de vez das muletas, ele precisa de uma nova peça, uma espécie de encaixe que vai acoplado ao quadril e conseguir utilizar a prótese. “Mas ela custa R$ 12,5 mil. Eu orcei com uma empresa de São Paulo e preciso ficar lá alguns dias para eles fazerem os moldes e a fabricação deste encaixe de quadril. Os custos da estada lá em São Paulo eu me comprometo a pagar, mesmo que seja alto, o problema maior é o valor para a fabricação do encaixe”, afirma Formentin.
O maior desejo do mesa-tenista é voltar a competir em alto nível. A carreira dele no tênis de mesa teve ótimos resultados após a amputação. Foi duas vezes campeão pan-americano. Conquistou várias vezes a Copa do Brasil da modalidade. Ficou em segundo em uma etapa do Campeonato Mundial na França e até quando estava impossibilitado de treinar conseguiu surpreender.
“A lesão foi em 2017 eu passei o ano inteiro sem conseguir me preparar para competições. Mesmo assim, joguei a etapa do Mundial em Buenos Aires em outubro e fui terceiro lugar. Nos Parajasc aqui em Criciúma tive que entrar de forma inesperada na equipe, pois um dos atletas não pôde competir, e assumi o lugar dele”, conta.