A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou ontem a variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o mês de setembro e o valor mais que dobrou em relação a agosto. De acordo com a FGV, a inflação que serve de referência para os reajustes nos contratos de aluguel ficou em 1,52% nos últimos 30 dias, contra 0,70% no mês passado.
No acumulado do ano, o IGP-M já chega 8,29% de inflação, chegando a 10,4% se somados os últimos 12 meses. Esse crescimento na inflação, porém, não deve ser sentido pelos locatários. De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação do Sul de Santa Catarina (Secovi-Sul), Hemerson Machado, o atual cenário econômico ainda não permite que esse reajuste seja repassado.
“O mercado ainda está desaquecido e fica muito difícil aplicar esse índice. Os valores dos aluguéis, na verdade, já estão paralisados há quatro anos, sem sofrer nenhum tipo de reajuste”, afirma Machado.
“O que acontece é que, com o mercado em um momento ruim, a oferta acaba sendo muito alta e, se você aplica um reajuste no valor, as pessoas acabam se mudando para outro imóvel”, explica o presidente do Secovi-Sul.
Aluguéis comerciais
Se no setor residencial a inflação já não deve ser repassada aos locatários, para os aluguéis de imóveis comerciais a expectativa é ainda mais baixa.
“Por causa desse momento ruim da economia, o comércio sentiu muito, tem muita sala comercial fechada, não abrem negócios novos. Por isso, na área comercial é ainda menor a chance de aplicar o reajuste”, declara Machado.
“E os preços praticados hoje já estão de 20% a 50% abaixo do que deveria ser o valor de mercado”, complementa.
Esperança de mudanças
Ainda que o panorama atual não seja o mais positivo, o presidente do Secovi-Sul pondera que, aos poucos, a economia começa a mostrar uma reação e a estimativa é de que em 2019 a realidade do setor seja diferente.
“Esse ano nós já começamos a sentir uma melhora, mas esperávamos que fosse mais forte. Mas, a partir do ano que vem já vai melhorar com certeza. As construtoras voltaram a fazer investimentos e novas contratações, isso reflete no comércio e todo o mercado gira”, pontua Machado.