Em apresentação dos 120 dias de gestão, o presidente Anselmo Freitas fez um balanço das ações realizadas frente ao clube e voltou a demonstrar preocupação quanto ao futuro. Uma das metas do dirigente é antecipar as eleições para a presidência, a fim de evitar uma transição conturbada no ano que vem.
Durante fala à imprensa no Centro de Treinamento do clube, na manhã desta quinta-feira, 27, Anselmo Freitas falou sobre a sustentabilidade do Criciúma, cobrou maior participação dos empresários e destacou as ações feitas fora do campo, como a revitalização da estrutura e dos gramados do CT e do Heriberto Hülse.
Na avaliação de Freitas, o clube terá dificuldades para reestruturar-se, após o contrato firmado com a GA, segundo o presidente, em termos mal formulados para o Tigre. "Virada de chave do Criciúma vai demorar um pouco. Há 10 anos fez um contrato muito mal feito. Lá na frente vamos ver como erramos. Entregamos uma casa totalmente montada e recebemos somente a chave de volta. Isso dificulta bastante", ponderou o presidente.
A categoria de base foi um dos focos de Anselmo Freitas na apresentação dos 120 dias de gestão. O presidente levantou os valores em vendas nos últimos anos - R$ 40 milhões na administração passada, sendo R$ 8 milhões em 2020 - e que não terá no balanço final desta temporada, devido ao desmonte sofrido.
"A nossa base estava deteriorada. Nesse ano a gente conseguiu restaurar duas categorias (sub-17 e sub-20). Não está pronto ainda, mas como o Anselmo falou, a semeadura tem que ser feita. Não deu pra voltar no sub-15 devido a pandemia, mas em breve reestabeleceremos", analisou o coordenador geral de futebol do Tigre, o Wilsão.
Segundo Wilsão, faltam três a quatro atletas para o grupo de ambas categorias estarem prontos. O investimento mensal na base é na casa dos R$ 140 mil e o clube firmou um projeto de captação de recursos junto ao Ministério do Esporte, no valor de R$ 4 milhões.
"Temos ótimos atletas aqui, especialmente no sub-17. Dói não ter ninguém para vender hoje. Daqui a um tempo, vai ter. A pena é quando quebra um projeto, mudar e começar tudo de novo. O ciclo é de quatro anos. Temos que semear agora para colher lá na frente", completou Wilsão.
Antecipação de eleições
Estatuariamente, o Conselho Deliberativo afirma não ter como antecipar a eleição para o executivo do clube. Esse foi um pedido feito por Anselmo Freitas pensando na transição de gestão na virada do ano. Segundo o presidente, há a dificuldade, inclusive, para captação de recursos, devido ao cenário de incerteza no Tigre. A eleição para 194 cadeiras do CD está marcada para o dia 10 de junho.
"Não podemos cometer a mesma falha de 2020, quando deixamos para fazer a eleição (a presidente do clube) ao final do ano. Demora para interagir e estar por dentro do que acontece no clube. Com a nova mesa do conselho em junho, conseguir marcar a eleição da executiva para ter trabalho em conjunto e (para quem) assumir em 2022 ter conhecimento do clube", disse Freitas em coletiva.
Segundo o presidente, recursos externos, com a base em reestruturação, são fundamentais para manter o clube atualmente. "Não conseguimos sobreviver sem aporte dos empresários. Temos receita minima de sócios, nem R$ 100 mil por mês. Temos duas estruturas gigantescas, o estádio e o CT, com manutenção quase diária, são quase R$ 200 mil mensais", apontou.
"Demanda a eleição dos conselheiros, mesa e presidente para que faça um plano de captação de recursos para os próximos anos. Precisamos fazer a eleição rapidamente. Converso com fundos de investimentos, inclusive europeus, e esbarra sempre na expectativa de quem vai ser o novo presidente do clube e do conselho", acrescentou Freitas.
No orçamento anual do clube, de R$ 12 milhões, metade é previsto com receita de investimento externo. "Parte disso conseguimos suprir com a Copa do Brasil e o restante buscamos junto aos empresários. Vamos suprir, colocar o recurso suficiente para ter boa disputa e chegar ao fim do ano com o Criciúma na Série B em 2022", concluiu o presidente.