Foi decretada nessa quarta-feira, dia 8, a falência da Ricardo Eletro, conhecida rede varejista, após dois anos da recuperação judicial. No fim de 2021, o endividamento total da empresa chegava ao valor de R$ 4,6 bilhões. A informação foi dada com exclusividade pelo Valor Econômico. A companhia recorreu à decisão.
O "esvaziamento patrimonial", que leva à inviabilidade financeira do negócio, foi o motivo para que o juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos, decretasse a falência da empresa.
No documento, a companhia estaria surpresa com a decisão e nega que tenha ocorrido qualquer fraude ou desvio de recursos e que o esvaziamento se deu pelo "ajuste contábil feito pela baixa de estoque operacional decorrente do fechamento de lojas, e como é esperado, houve ajuste para saldo de estoque”, explica.
Ainda conforme o documento da empresa, no momento em que as lojas fecharam, todos os produtos foram vendidos em "queima" a fim de gerar caixa e liquidez imediata. Desde 2020, a Ricardo Eletro trabalhava apenas por e-commerce e com uma gama melhor de produtos, uma vez que fechou o restante de suas lojas, aproximadamente 300 unidades, naquele ano. O material arquivado do processo cita que não houve nenhum pedido de falência por parte dos credores.
A empresa, de acordo com o recurso, busca retomar as atividades e possui um plano de recuperação judicial que, inclusive, foi aprovado em 16 de setembro de 2021 e, posteriormente, teve sua homologação suspensa pelo juiz. Por isso, a decisão judicial seria motivo de insegurança para a companhia.