Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

Araranguaense relata o alerta ao coronavírus em Boston

Denilson Roque avalia que reação foi tardia nos Estados Unidos: "o governo não sabe que direção tomar, está tudo meio perdido"

Por Heitor Araujo 31/03/2020 - 08:50 Atualizado em 31/03/2020 - 15:45
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demorou, mas assimilou os estragos que o coronavírus levaram ao país. Trump chegou a dizer que em abril o vírus passaria da mesma forma como chegou - de repente! - mas voltou atrás e agora toma medidas de restrição social e apoio econômico, em um pacote de financiamento público de 2 trilhões de dólares. Em Boston, capital de Massachussetts, um dos estados mais desenvolvidos do país, mora o araranguaense Denilson Roque. Ele fala sobre a demora e desorganização das autoridades norte-americanas ao lidarem com a pandemia: o país é hoje o mais afetado pelo vírus no mundo, com mais de 160 mil casos, e o quarto com mais mortes, mais de 3,1 mil.

"Estamos passando por essa situação, que está parecida aí no Brasil. Ainda há um pouco de desorganização com essa história de quarentena. O governo não sabe que direção tomar, a meu ver está tudo meio perdido. Estamos fazendo nossa parte, ficando em casa e respeitando a determinação do ministério da saúde", diz o araranguaense, que trabalha em uma microempresa de poda de árvores.

Para minimizar os efeitos na economia, o governo norte-americano aprovou um pacote de injeção de 2 trilhões de dólares na economia. Desses, 350 bilhões serão destinados para empréstimos a pequenas empresas e 250 bilhões para auxílio-desemprego.

"Ontem recebi chamado de meu gerente, vai ser um empréstimo de cinco vezes a folha de pagamento do ano passado para a microempresa. Vai ter ajuda para o pagamento do plano de saúde e dos alugueis. Agora o governo mostrou a força, está todo mundo se acalmando, com os bancos estendendo o pagamento", aponta Denilson.

No Brasil, cujo PIB de 2019 foi de R$ 7 trilhões, ou seja, menor do que o investimento norte-americano para o combate ao coronavírus, o governo federal tomou medidas, mas elas ainda esbarram na burocracia. Para os pequenos empresários, o governo bancará os salários dos funcionários em até dois salários mínimos. A estimativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é de ao longo de três meses injetar R$ 800 bilhões na economia, sendo a metade para crédito aos empreendedores. 

Nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro foi chamado de o "novo líder negacionista ao coronavírus", pela revista The Atlantic, centenária publicação de Boston. O New York Times, maior diário de notícias do mundo, aponta que as medidas ainda tímidas na economia brasileira são fruto do ceticismo de Bolsonaro com o impacto do coronavírus. Semelhante à demora para ações de Donald Trump.

Com a reação tardia  os sistemas de saúde acabam sendo sobrecarregados. "Os dados são alarmantes. Fiquei sabendo que o sistema de saúde em Boston já está em colapso. Em Nova York (epicentro do vírus no país) todo mundo tá vendo essa loucura que tá. Confesso que a gente tá ficando com medo disso", alerta Denilson.

Ele completa afirmando que toda a população está em casa; as aulas devem retornar apenas em julho, apesar do decreto atual valer até maio. Permanecem em funcionamento apenas os serviços essenciais e os bancos limitam o atendimento a um cliente por vez dentro da agência. "Eles estão se organizando. Os governos foram pegos de surpresa. Na minha visão demoraram um pouco a perceber que era uma coisa séria. Reduziu bastante o número de trabalho na rua. O povo começou a levar a sério", finaliza o araranguaense. 

Tags: coronavírus

Copyright © 2024.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito