Em praticamente toda grande e média empresa familiar, chega um momento em que a sucessão empresarial tem de ser feita por parte dos fundadores. Essas sucessões podem ocorrer através de holdings, as quais dependem de um preciso processo de construção e implicam na separação de atuações dos familiares para uma única organização.
“A figura de holding aparece no vértice da sucessão patrimonial, onde normalmente se separa os bens operacionais em relação aos bens não operacionais, aquelas propriedades que não fazem parte da operação propriamente dita”, destacou o advogado e administrador de empresas, Edson Siquela.
São três os tipos de holdings familiares existentes: o de imóveis, que lida com a administração de bens e não tem relacionamento com as atividades operacionais da empresa; a mista, que lida tanto com as atividades comerciais quanto as não operacionais; e a holding pura, a qual administra a participação dos acionários.
O fato de se poder ter uma holding para cada tipo de atuação, facilita todo o processo de sucessão familiar. “Isso porque a partir do momento que os fundadores construírem essas holdings, será mais fácil ocorrer a doação. Criando-a, os fundadores podem a qualquer momento fazer a doação dessas cotas ou ações para os seus sucessores”, pontuou Edson.
O fato de se ter uma holding que detém a participação de duas ou mais empresas operacionais também facilita na hora de definir os interesses das organizações. Isso porque, dessa forma, é possível alinhar todas as definições e diretrizes macro, estratégias e políticas investimento de todas as subsidiárias - tornando-os um só.
“Seja qual for o vértice da sucessão, ela é um processo e precisa ser discutida previamente. Antes mesmo de se criar uma holding patrimonial ou de gestão, é preciso discutir quais são os objetivos”, ressaltou Edson.