Está marcada para o próximo dia 11 de setembro uma audiência pública que debaterá a desafetação e doação de um trecho de uma rua no Bairro Michel, em Criciúma, para o Asilo São Vicente de Paulo. Trata-se de um quarteirão da via de mesmo nome, entre as ruas Afonso Pena e Nilo Peçanha.
"Essa é uma ideia que a diretoria toda do asilo vem tendo há muito tempo. Preocupados com a situação da falta de vagas para acolhimento de idosos em Criciúma, temos um terreno do outro lado da rua e que, para fazer qualquer projeto, precisamos integralizar essa passagem", confirma o presidente do asilo, Zalmir Casagrande.
A intenção, com a Rua São Vicente de Paulo incorporada ao asilo, é unir a atual estrutura a um terreno também de propriedade da entidade. "Para construir apartamentos novos para acolher 30 a 40 idosos, que pudessem contribuir para a sustentabilidade. O asilo precisa angariar recursos. Criaríamos uma forma de dar sustentabilidade para a instituição", detalha.
Requerimento neste sentido foi apresentado e aprovado na Câmara no dia 15 de julho pelo vereador Zairo Casagrande. "Ficamos até surpresos com a velocidade. Já conversamos com o prefeito Clésio Salvaro que concordou com o projeto", conta o presidente. "Temos até asfalto do outro lado. Não vemos problemas no sentido de desafetar essa rua e anexar ao terreno do asilo e proteger essa área toda, que veio de doações das famílias Biléssimo e Guidi nos anos 40 para a Conferência São José", recorda Zalmir.
Aprovado em audiência pública, o requerimento da medida será encaminhado ao prefeito Salvaro para as providências legais, com aval da Câmara.
Pouco tráfego
A medida não trará maiores impactos ao trânsito no Bairro Michel e entorno do asilo. "Muito pequeno. Estamos aqui há mais de 20 minutos e vimos passar um ou dois carros. Influenciaria muito pouco no trânsito e o benefício para a comunidade seria muito grande", explica o presidente. O trecho de rua a ser desafetado tem cerca de 80 metros de extensão e vai permitir incorporar mais de 800m² de área ao São Vicente de Paulo.
Para estruturar essa nova ala futura do asilo será criado o Instituto São Vicente de Paulo. "O asilo tem um déficit mensal de R$ 20 mil a R$ 25 mil. Abrigamos 70 idosos e arrecadamos um salário mínimo, que não cobre a despesa de um idosos. Temos como parâmetro dois salários mínimos. O asilo abriga pessoas de Içara, Nova Veneza, Balneário Rincão, ele é regionalizado", justifica.
Asilo em obras
Enquanto o projeto da nova ala do São Vicente de Paulo não sai do papel, a antiga segue em reformas. "A revitalização é muito grande, investimos R$ 1,7 milhão em melhorias, temos um projeto muito bonito de acessibilidade, algo que era improvável. Com 60 anos o asilo não tinha acesso para cadeirantes, e o nosso público é de muitos cadeirantes", conta. "Quem não visitou o asilo nos últimos anos se surpreende. O asilo está bonito, totalmente revitalizado, por isso também essa procura. Hoje não é mais asilo, mas na verdade é uma casa de acolhimento, é um ambiente acolhedor, está bonito", completa.
Tudo isso, conforme o presdente Zazlmir, para dar conta de uma fila de espera que é constante. "Temos fila de espera sim, às vezes o asilo abriga pessoas até sem contribuição. Por lei o Estado tem que garantir um salário mínimo, utilizado para o custeio, por isso fazemos rifas, feiras, almoços beneficentes", observa. "O asilo recebe muitas doações, é esse generosidade do criciumense que nos dá condições de continuar", pontua. "Estamos transformando o asilo em um hotel três estrelas", finaliza.
A audiência pública do dia 11 de setembro será às 19h30min no Salão Ouro Negro, no Paço Municipal.