Unesc apresenta nova versão do Plano e reforça desenvolvimento da Amrec

Protagonista durante a pandemia da Covid-19 e sempre comprometida com o futuro da região, a Unesc reafirma seu papel estratégico ao apresentar, na sede da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), a atualização do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico. A explanação foi conduzida pela pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, em encontro que reuniu praticamente todos os prefeitos.

O planejamento, construído com base em um processo democrático e colaborativo que mobilizou mais de dois mil participantes, projetou a visão de futuro da Região Carbonífera até 2030, a qual inclui um território reconhecido pela elevada qualidade de vida, sustentabilidade em todos os domínios, internacionalização e capacidade contínua de reinvenção, fundamentada na cooperação regional.

A reitora Luciane Bisognin Ceretta lembra do trabalho realizado ao longo da pandemia e que, agora, revisitar e atualizar o plano junto aos prefeitos, significa um passo decisivo para que os sonhos da comunidade se transformem em políticas públicas consistentes e sustentáveis. 

"A Unesc seguirá sendo a ponte entre o conhecimento e a transformação social. Retomar este planejamento é mais que um compromisso institucional da Unesc, é uma reafirmação do nosso papel enquanto Universidade Comunitária, que se compromete verdadeiramente com o território em que está inserida. O Plano para a Amrec representa um pacto coletivo, construído com a escuta ativa da sociedade e orientado por uma visão de futuro ousada e possível. Nós acreditamos no potencial desta região, na força dos municípios e no valor da cooperação", ressalta.

Projetos estruturantes

Durante o encontro, Gisele apresentou os dez projetos estruturantes que compõem o documento estratégico, que organizam e norteiam o desenvolvimento da região: Turismo Integrado; Mobilidade Regional Integrada; Inovação e Sociedade do Conhecimento; Sustentabilidade Ambiental e Uso Consciente dos Recursos Naturais; Desenvolvimento Socioeconômico Regional; Educação para o Desenvolvimento Humano Regional; Inclusão Social e Qualidade de Vida; Infraestrutura Urbana e Desenvolvimento Territorial Sustentável; Cultura, Patrimônio e Identidade Regional; além da Saúde Integral e Bem-Estar Regional.

"A Unesc possui um portfólio de soluções para auxiliar os municípios em todos esses eixos. Entre os exemplos, estão o Integratur, no turismo; a Agência de Inovação da Unesc, instalada dentro do CRIO, com serviços para a ativação, desenvolvimento e fortalecimento do ecossistema de inovação, o Labs Cidades, uma solução inovadora dentro do Iparque, com serviços para o desenvolvimento das cidades; o ProforÁguas, na sustentabilidade ambiental e gestão dos recursos hídricos associadas às crises climáticas; o Observatório, no desenvolvimento socioeconômico com diversos serviços, entre tantos outros", explica.

"Ao longo da pandemia, a Unesc esteve ao lado da população e segue preocupada com o futuro da região. Com cinco anos já percorridos, a Amrec solicitou para a reitoria da Universidade a atualização do documento. No processo de revisão, identificamos ações que já foram concluídas e outras atualizadas frente ao atual contexto socioeconômico regional. A Universidade não é dona do Plano. Nosso papel, desde o início, foi facilitar o processo e construir coletivamente o sonho das pessoas que escolheram essa região para construírem seus projetos de felicidade", acrescenta a pró-reitora.

Na entrega realizada em 2021, as ações foram divididas em curto prazo até 2022, médio até 2025 e longo prazo até 2030. Com a atualização, Gisele explica que os prazos foram redefinidos: curto prazo até 2025, médio até 2028 e longo prazo mantido até 2030.

A receptividade dos gestores reforçou o potencial do plano atualizado. O presidente da Amrec e prefeito de Lauro Müller, Valdir Fontanella, é um dos prefeitos que participou de todo o processo na época. Segundo ele, os chefes dos Executivos municipais podem eleger pelo menos três itens em consenso para, posteriormente, apresentar à Unesc. "Não poderíamos deixar este planejamento tão importante adormecido, que iniciou há cinco anos. Obrigado à pró-reitora pelas explicações e, com certeza, enviaremos as nossas demandas à Unesc", comenta.

Encaminhamentos

Além da atualização, foram encaminhadas decisões importantes para o futuro da proposta. Entre elas está a deliberação do colegiado da Amrec quanto à execução do plano; a contratação de uma instituição para conduzir o processo de governança; a realização de um Fórum Regional para definição de prioridades; a criação do Conselho Regional de Desenvolvimento Socioeconômico e a formação de câmaras setoriais para acompanhar a implementação e validação das ações.

"Em Criciúma, nós dividimos em cinco eixos, começando pela mobilidade, que conta com o envolvimento da sociedade. Fizemos um planejamento para os próximos 25 anos e, conforme o estudo, estima-se que Criciúma terá de 320 a 340 mil pessoas, um salto de quase 120 mil pessoas. Os outros municípios de nossa região crescerão na mesma proporção e este diagnóstico é fundamental para elaborarmos as políticas públicas", salienta o prefeito, Vagner Espindola. 

Envolvimento de toda a sociedade

O Plano é fruto de uma demanda da própria Amrec, que na época era comandada pelo então prefeito de Treviso, Jaimir Comin, aprovada em 29 de maio de 2020  por unanimidade pelos gestores da época e contratada em 29 de junho de 2020 pelo prefeito de Cocal do Sul, Ademir Magagnin. Por meio do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e Inovação e da Sala dos Municípios, a Universidade desenvolveu uma metodologia que foi aprovada pelos 12 prefeitos da época. 

Entre julho e dezembro de 2020, foi promovida uma ampla mobilização no Sul do estado, com a participação de mais de duas mil pessoas nas diversas etapas do processo. O planejamento foi realizado em sete etapas e dividido em quatro momentos principais, totalizando 20 encontros virtuais. Foram realizadas reuniões com cada município da Amrec: Balneário Rincão, Cocal do Sul, Forquilhinha, Içara, Orleans, Nova Veneza, Morro da Fumaça, Urussanga, Treviso, Siderópolis, Criciúma e Lauro Müller.

O prefeito de Cocal do Sul, Ademir Magagnin também participou da elaboração do planejamento regional há cinco anos e destaca a importância de colocá-lo em prática. "Estou feliz porque a Unesc não deixou este projeto 'morrer'. Vamos ter a sensibilidade de dar continuidade, pois ele é inovador. Se não elencamos os dez itens, podemos escolher três, pois são importantes para o desenvolvimento da Amrec", fala.

A primeira etapa envolveu o diagnóstico participativo das potencialidades e desafios de cada cidade. Em seguida, foram definidos eixos e objetivos estratégicos, que deram base à formulação de diretrizes e à construção do modelo de governança.

"O plano sempre teve como premissa olhar para o município sem perder a perspectiva da região como um todo. Com a atualização apresentada, a expectativa é fortalecer ainda mais a cooperação entre os municípios e transformar a realidade da Região Carbonífera de forma planejada, sustentável e integrada", reforça Gisele.

A próxima etapa é a decisão coletiva sobre os próximos passos rumo a 2030. "O turismo integrado, por exemplo, é muito importante. Já tratamos deste assunto na Amrec e concluímos que ele é importante para todos os municípios", salienta o prefeito de Forquilhinha, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho.