O aumento dos combustíveis, especialmente o Diesel, com as bombas registrando novos preços desde o sábado (1º), gera vários impactos e preocupações no setor de transporte de carga e logística.
Em entrevista ao Programa Adelor Lessa, o presidente da Federação de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Schneider, entrou em detalhes sobre as diferenças causadas na receita para os transportadores. "O óleo Diesel é um dos principais componentes de custo da operação logística do transporte rodoviário de cargas. Quando a gente fala de veículos que fazem a movimentação de grandes volumes, o nível de comprometimento da receita com óleo Diesel orça na ordem de 40 a 50%. Então, por exemplo, de um frete de mil reais, o transportador acaba consumindo desse frete de 400 a 500 reais apenas de óleo Diesel. Então, qualquer movimentação nesse componente de custo tem um impacto direto e relevante na atividade", explica.
O presidente esclareceu, ainda, que o aumento de custos no transporte acaba tendo, também, desdobramentos para os consumidores. "Em segundo plano, esse aumento de custo é repassado sobre a tarifa de transportes e acaba impactando no preço dos produtos consumidos pela sociedade brasileira, porque tudo aquilo que é consumido, em algum momento, foi transportado pelo caminhão", frisa.
Schneider enfatiza que as consequências podem ser ainda piores para aqueles que realizam transportes de forma autônoma. "Quando a gente fala muitas vezes do transportador autônomo, essa realidade tem um impacto e um efeito ainda maior, porque ele também tem muita dificuldade em administrar. A cada quilômetro que ele está rodando, mesmo que já esteja com o frete embarcado no caminhão e contratado, ele tem que assumir o custo da viagem. E, normalmente, o autônomo acaba fazendo viagens mais longas, também. Então, é um cenário preocupante", destaca.
A situação pode chegar a um ponto em que o cumprimento das demandas seria colocado em risco, segundo o presidente da Federação. "Eu tenho comentado em várias oportunidades que o Brasil corre sério risco se tivermos uma retomada do crescimento econômico, por falta de capacidade logística de atendimento às demandas. E a gente não percebe uma preocupação por parte dos entes públicos em relação a uma atividade tão essencial e tão estratégica para a economia brasileira", alerta.
Ouça na íntegra a entrevista do presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, ao Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior: