A Polícia Militar de Santa Catarina implantou um importante programa na segurança de mulheres vítimas de agressão. Trata-se da Rede Catarina, que fiscaliza o cumprimento de medidas protetivas de urgência, previstas na Lei Maria da Penha, a fim de que as vítimas não sejam agredidas de forma reincidente.
O Tenente Coronel Mário Luiz Silva, Comandante do 9ºBPM, comenta sobre a complexidade de combater e fiscalizar esse tipo de violência. "A violência doméstica é mais específica. É uma forma de violência que tem um componente muito peculiar: o afeto. O agressor e a agredida, em dado momento, talvez agora ou no passado, já mantiveram uma relação de afeto. Isso torna muito difícil para a vítima perceber que está envolvida em um ciclo de violência. Um dos maiores desafios da violência doméstica é a mulher se conscientizar de que ela é vítima de violência", revela.
O militar também fala sobre o número de mulheres atendidas. "Hoje nós contamos com mais de 700 mulheres aqui na cidade de Criciúma sendo assistidas pelo programa Rede Catarina. É um número bastante grande. Bom seria se nós não tivéssemos esse número, não é um número de que nos orgulhamos. Nos orgulhamos de dizer que estamos conseguindo dar essa assistência, mas bom seria que esse número fosse reduzido", diz.
Segundo o Tenente Coronel, a inclusão das vítimas no programa se dá por vias judiciais. "Essas medidas protetivas são necessariamente são fixadas pelo Poder Judiciário. Então, o caminho daquela vítima que está em um ciclo de violência é procurar o Poder Judiciário, a Vara de Família responsável por isso, para que o juiz fixe essa determinação para que o agressor se afaste do lar, não mantenha contato. No momento em que o juiz fixa essa medida, ele nos encaminha a decisão, e nós inserimos a mulher, a vítima, no programa Rede Catarina", explica.
Ouça na íntegra a entrevista do Tenente Coronel Mário Luiz Silva ao Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior: