Um grupo de autoridades oficializado pelo Governo Federal terá o prazo de 180 dias para apresentar uma solução para a indústria do carvão em Santa Catarina, ameaçada por conta do possível fechamento da Usina Termelétrica Jorge Lacerda. Nas últimas semanas, políticos e especialistas catarinenses seguiram com articulações em busca de alternativas para o assunto, sob o apoio do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
É importante ressaltar a união de forças e lideranças sobre esse assunto, que impacta diretamente na economia do sul de SC. A união já está rendendo frutos, o ministro Bento esteve em SC e a pauta foi muito mais voltada ao carvão. Fizemos questão de nos reunir, governador, deputados e lideranças, para falar sobre essa situação do carvão, e o ministro foi muito prático nesse assunto”, disse o deputado federal e líder da frente parlamentar pelo carvão, Daniel Freitas.
O ministro de Minas editou duas portarias relacionadas à busca de soluções para o assunto. Uma delas, regulamenta o grupo de trabalho para tratativas do assunto e estabelece o prazo de 180 dias para apresentação da solução. Já a segunda institui o programa de modernização do carvão.
De qualquer forma, o principal problema que ainda se é debatido é sobre o que fazer para atrasar ou impedir o fechamento do Complexo Jorge Lacerda, já que a Engie, grupo responsável pela usina, já anunciou seu processo de descarbonização. Ainda não há alternativas de soluções concretas sobre o assunto, mas especula-se possibilidades de uma reestatização da usina ou, até mesmo, que o Governo do Estado assuma o complexo.
“Se o Governo do Estado vai pegar [a usina], a Eletrosul, Celesc ou SCPar, isso é uma consequência pra frente. O que precisamos fazer é estender talvez o prazo da Conta de Desenvolvimento Energético [CDE], e dar condições para que quem quiser comprar tenha condições de comprar. O esforço que fizemos até então é nesse sentido, dar condições para quem quiser comprar a usina”, pontuou o deputado Daniel.
O que se sabe, até o momento, é que a Engie segue com a Jorge Lacerda a venda, mas sob a ameaça de desativação de duas das três principais máquinas do complexo já em 2021.