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Banco de Olhos ganha aval federal

Habilitação pelo Ministério da Saúde permite contratações e ampliação da atuação em Criciúma

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 03/10/2018 - 11:01 Atualizado em 03/10/2018 - 11:10
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna

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Agora é oficial. O Banco de Olhos finalmente virou um Banco de Olhos de fato. Portaria publicada na segunda-feira pelo Ministério da Saúde confirmou a estrutura, instalada no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) como credenciada pela União para captar córneas. “Era uma novela de muitos anos, que finalmente está concluída”, anunciou o secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande.

Essa habilitação torna o Banco de Olhos de Criciúma apto sem qualquer risco de descontinuidade, e agora com capacidade de investimento para ampliar a sua atuação. “Agora é irreversível. É captar e transplantar na região”, comentou o secretário. “Quando assumi, o desafio foi lançado pelo governador Eduardo Moreira. Era uma meta, agora alcançada”.

Com a portaria, que tem validade de um ano “mas será automaticamente renovada, basta que estejamos cumprindo as metas”, diz Casagrande, o Banco de Olhos passa a receber mensalmente R$ 55 mil do Ministério da Saúde para a manutenção da estrutura atual com reforços. “Estávamos bancando com recursos do Estado e condição pequena”, reconheceu. “Nossa meta era abrir antes de habilitar. Colocamos a funcionar e isso foi decisivo para credenciar”.

O próximo passo é tornar o Banco de Olhos de Criciúma uma efetiva referência regional, canalizando para ele as córneas de todo o sul. “Para isso, faremos uma reunião em breve aí no sul com secretários, gestores e parceiros, para fazer uma grande sensibilização na sociedade e preparar os hospitais para abordagens aos familiares e multiplicar as captações”, destacou o titular da Saúde.

Equipe ganha quatro reforços

Desde ontem, a equipe do Banco de Olhos ganhou mais quatro profissionais. “Mais uma médica e três enfermeiros”, anunciou, satisfeito, o coordenador geral da SC Transplantes, Joel de Andrade. Com a portaria publicada, o banco passará a receber R$ 1,5 mil por par de córneas captadas, o que ajudará a viabilizar a estrutura.

Desde a inauguração, em 20 de julho, o Banco de Olhos já recebeu 11 doações, equivalentes a 22 córneas. Vinte estão transplantadas. “Ou seja, dez pacientes saíram da fila de espera na região e em Santa Catarina graças ao banco de Criciúma”, frisou o coordenador. “E isso que o banco estava funcionando apenas com um médico e uma enfermeira de Florianópolis e colaborações provisórias da cidade”.

A mudança de gestão no HMISC – que está sendo transferido do município para o Estado – não promoverá qualquer alteração no status do banco. “Negativo. Quem recebe pelo serviço é a instituição que gere o hospital”, informou Andrade. Ele demonstrou entusiasmo com a estrutura do Banco de Olhos criciumense. “Trabalho há 15 anos com transplantes e conheço muitos Brasil afora, e pouquíssimos tem o nível de sofisticação dessa. Esse banco está nos padrões preconizados”.

Próximo desafio, receber córneas

Além da força tarefa já anunciada pelo secretário de Saúde para dotar o Banco de Olhos de mais córneas, a intenção da SC Transplantes é preparar hospitais da região para fazer a ponte com a estrutura. “Atualmente, há equipes alinhadas nos hospitais de Criciúma e Tubarão, queremos fazer o mesmo em Içara, Urussanga e outras cidades”, anunciou. 

O objetivo para Criciúma é alcançar de 35 a 40 captações mensais em um ano de funcionamento. “Nosso banco de referência em Florianópolis recebe 500 doações ao ano. O sul tem essa condição”, projetou o coordenador. São passíveis de doação pacientes de 2 a 70 anos, que não tenham ido a óbito por doenças contagiosas e infecciosas como hepatites e HIV. “Nem o câncer exclui a possibilidade de doação”, frisou Andrade. 

A SC Transplantes registrou, de janeiro a agosto, 375 notificações de mortes encefálicas em 47 hospitais. Destas, 180 resultaram em doações de órgãos, inclusive córneas, e houve 106 recusas. No Sul, a segunda região onde há mais doações, foram 48 notificações, 18 doações, 14 recusas e 11 contra indicações clínicas. 

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