Bancos voltam a oferecer crédito do Plano Safra após governo liberar R$ 4,17 bilhões

Após a liberação de R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário pelo governo para operações do Plano Safra, os bancos que operam o financiamento subsidiado para a safra 2024/25 retomaram a concessão de novos empréstimos com taxas equalizadas pelo Tesouro Nacional.

O Broadcast Agro, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, consultou as principais instituições financeiras que trabalham com crédito equalizado para confirmar a retomada das operações. O retorno das contratações ocorre após o Tesouro ter suspendido temporariamente os financiamentos entre 21 e 25 de fevereiro. Aproximadamente R$ 50 bilhões em recursos subsidiados estavam bloqueados devido à interrupção das linhas de crédito.

Nesta safra, o Tesouro equalizou um montante de R$ 138,235 bilhões, distribuído entre 25 instituições financeiras autorizadas a operar esses recursos. Na semana passada, o Banco Central comunicou à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que a liberação das linhas subsidiadas já havia sido restabelecida.

O Banco do Brasil, que detém a maior participação no crédito equalizado, com 45% do total, informou que as novas contratações foram normalizadas. O banco administra um total de R$ 60,185 bilhões em crédito equalizado, dos quais 65% já foram utilizados. Durante o período de suspensão parcial, o banco desembolsou R$ 2,2 bilhões em outras modalidades de crédito, incluindo financiamentos de linhas equalizadas contratadas antes da paralisação.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aparece em segundo lugar em volume de crédito na safra atual, com R$ 33,486 bilhões disponíveis. Em comunicado aos agentes financeiros, a instituição informou a reabertura do protocolo para pedidos de financiamento e a retomada das contratações de crédito rural subvencionado do Plano Safra 2024/25 a partir de 6 de março, conforme a disponibilidade orçamentária de cada programa ou linha de crédito. A medida abrange todas as linhas, com exceção das operações de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cujas contratações seguiram normalmente.

Entre os bancos cooperativos, o Sicredi lidera na oferta de crédito subsidiado, com R$ 9,836 bilhões. A instituição informou que o fluxo de suas operações de crédito rural equalizado não sofreu impacto expressivo. "A normalidade foi restabelecida em dois dias úteis, logo após recebermos autorização para retomar as operações em linhas equalizadas", afirmou o banco.

Por outro lado, algumas instituições privadas ainda estão ajustando seus processos às novas diretrizes do Tesouro. "Estamos realizando adaptações para garantir o controle adequado dos novos recursos, e após essa fase retomaremos as contratações", declarou o diretor de um banco privado. A expectativa era que os ajustes fossem concluídos e as operações voltassem à normalidade após o feriado de carnaval.

O Tesouro determinou que as novas contratações tenham um cálculo específico para apuração dos valores de equalização, exigindo que as instituições financeiras façam a separação entre financiamentos concedidos antes da suspensão e aqueles liberados após a retomada das operações.