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Bilionário dos ovos alerta para êxodo de empreendedores

Ricardo Faria vê o Brasil criando "geração de pessoas sem ambição, dispostas a apenas sobreviver"

Por Arthur Lessa Criciúma, SC, 24/12/2024 - 16:08 Atualizado em 24/12/2024 - 16:13

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Em entrevista ao Programa Adelor Lessa nessa segunda-feira, 23, o empresário Ricardo Faria, recém incluído na lista de bilionários da Forbes, levantou uma questão que considera preocupante para o futuro da economia brasileira que foge do foco normal em juros, inflação e carga tributária: a fuga de mentes produtivas.

Segundo Faria, mais que o movimento de investidores tirando dinheiro do Brasil para investir em economias e moedas mais fortes, a saída de profissionais que ele apresenta como "elite pensante", sendo eles profissionais qualificados, empreendedores ou pesquisadores, pode ser o gatilho para anos sombrios na economia brasileira daqui alguns anos. "O jeito mais fácil de destruir uma nação é perder a elite pensante. [...] É um problema grave de longo prazo", destaca o empresário.

Deixando claro, antes, que não está sentenciando que o Brasil vai seguir o mesmo destino, ele cita o caso da Venezuela como exemplo do impacto desse êxodo profissional, ao explicar que o país perdeu muitos empreendedores para Miami. "A Florida hoje é um 'El Dorado' de prosperidade. E uma parte das pessoas que estão lá, fazendo essa prosperidade, são venezuelanos bem sucedidos que desistiram da Venezuela e pra lá foram".

Escassez também na mão de obra

"Um desastre!" É assim que Ricardo Faria ilustra a dificuldade que vem enfrentando na busca por mão de obra qualificada para a operação de suas empresas. 

Essa falta de capital humano não afeta apenas a Granja Faria e da Insolo, mas milhares de empresas, em todos os níveis de operação e em praticamente todos os setores da economia. Um exemplo é a JBS, que está com mais de 10 mil vagas abertas e precisando preenchê-las. "Tem vários frigoríficos que eles poderiam estar dobrando turno e não conseguem por déficit de mão de obra".

Segundo Faria, o causador desse problema é o modelo de benefício sociais do Brasil, com destaque para o Bolsa Família e semelhantes, que desincentiva a meritocracia, o aprimoramento por meio do estudo e a busca por atividades produtivas. "Estamos criando uma geração de pessoas sem ambição,[...] dispostas a apenas sobreviver. Porque com o Bolsa Família você não vai viver, vai apenas sobreviver".

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