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Bolsa de Valores nos anos 90: gritos, gírias e pressão! (VÍDEO)

"Era simplesmente gente gritando e escrevendo em uma tábua de gesso", lembra o professor e gestor Flávio Crosara

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 21/03/2022 - 15:30 Atualizado em 21/03/2022 - 15:35
Reprodução
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A história do mercado de capitais brasileiro teve uma trajetória tortuosa até atingir os milhões de investidores que possui hoje. Até o começo dos anos 2000, a compra e venda de ações na Bolsa de Valores acontecia no chamado "pregão viva voz", por telefone, e eram registrados em boletas de papel. Nada de cliques e números na tela. Muito pelo contrário, os pregões aconteciam presencialmente e chamam a atenção nos dias de hoje pela linguagem utilizada na época. 

Gritos, gírias e pressão! Era assim que as reuniões de investidores da bolsa aconteciam até os anos 2000, como explicou o professor e gestor Flávio Crosara em entrevista ao programa 60 Minutos da Rádio Som Maior, na última sexta-feira (18). Crosara opera no mercado financeiro brasileiro desde 1999. Segundo ele, quando existia exclusivamente o pregão viva voz, o processo era muito dinâmico e não se tinha um filtro muito elevado. "Era simplesmente gente gritando e escrevendo em uma tábua de gesso".

Na época existiam diversas bolsas. Quase todos os estados tinham a sua. Ao final do século, em 2000, algumas bolsas, como a de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram integradas e a Bovespa passou a concentrar toda a negociação de ações do país. Com as mudanças nas operações e a evolução da tecnologia, os pregões acabaram e passaram a ser realizados de forma mais prática pela internet. Porém, a emoção incomparável de participar daqueles eventos permaneceu na memória de quem vivenciou.

"O tom de voz, a quantidade de pessoas, tudo isso mudava significativamente. É mais ou menos como você ouvir uma música pelo computador ou pelo som do carro, e assisitir um som ao vivo. Você sente o calor daquilo ali! E acabou...", contou o gestor. Ele ainda acrescenta que, quando os pregões chegaram ao fim, a equipe colocava o som de gravações dentro do escritório para ouvir o barulho e sentir um pouco da emoção que o evento transmitia.

Assista a entrevista pelo canal do 60 Minutos no 4oito:

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