Em um dia de movimentos contraditórios no mercado financeiro, a bolsa de valores fechou a segunda-feira, 1º, no maior valor em três meses, mas o dólar enfrentou volatilidade. A moeda norte-americana aproximou-se de R$ 5,40, o que fez o Banco Central intervir no câmbio.
O Ibovespa fechou o dia aos 88.620 pontos, com alta de 1,39%. O índice começou em baixa, mas subiu ao longo do dia até fechar no nível mais alto desde 10 de março, quando estava em 92.214 pontos.
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira vendido a R$ 5,38, com alta de R$ 0,04. A moeda chegou a operar em baixa durante a manhã, mas subiu à tarde. Na máxima do dia, por volta das 15h, chegou a R$ 5,41, antes de o BC vender US$ 120 milhões das reservas internacionais no mercado à vista.
O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 5,99, com alta de 1,21%. A libra comercial subiu 1,77% e terminou a sessão vendida a R$ 6,70.
Mercado de ações
Diferentemente do dólar, o mercado de ações teve um dia de ganhos. A alta do Ibovespa decorreu principalmente de ações de bancos, que subiram fortemente hoje. O cenário externo também influenciou. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou a segunda-feira com alta de 0,36%.
Assim como a brasileira, a bolsa norte-americana começou o dia em queda, em meio às tensões provocadas pela onda de protestos antirraciais nos Estados Unidos. O Dow Jones, no entanto, reverteu o movimento ao longo do dia até encerrar em alta.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados Unidos e contratempos no combate à doença. As tensões diplomáticas entre Estados Unidos e China também interferem nas negociações.
No Brasil, o mercado refletiu as tensões políticas internas e a divulgação de indicadores econômicos que mostram o impacto da crise. As instituições financeiras pesquisadas pelo boletim Focus, do Banco Central, preveem queda de 6,25% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
Em audiência na comissão conjunta do Congresso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil não deverá voltar a ter financiamento externo tão cedo.